A Palavra se faz vida

O caminho do discípulo

Mt 10,24-33

Por Pe. Geraldo Martins

Ainda no contexto da missão, Jesus lembra aos apóstolos que o destino deles não é diferente daquilo que Lhe ocorreu. Eles também sofrerão resistência, perseguição, violência, afinal, “o discípulo não está acima do mestre” (Mt 10,24). Jesus é, portanto, sua maior referência – “basta que o discípulo seja como mestre e o servo como o seu senhor” (Mt 10,25). Esta consciência é importante para não desanimarmos diante do primeiro obstáculo que nos apareça em nossa caminhada de discípulos e discípulas de Jesus.

Cristo exorta os apóstolos a não terem medo diante das provações, perseguições e violências que podem matar o corpo, mas não a alma (cf Mt 10,28). De fato, não são poucas as dificuldades que aparecem quando nos dispomos a servir o Evangelho. Os discípulos, no entanto, devem ser conduzidos pela confiança na proteção do Pai que não os abandona e a todos protege com ternura e carinho – “quanto a vocês, até mesmo os seus cabelos estão todos contados” (Mt 10,30). 

Quem confia nas próprias forças, dispensando a graça divina, fatalmente sucumbe. E essa tentação não está longe de nós. O papa Francisco a chama de neopelagianismo que é a atitude de quem “só confia nas suas próprias forças e se sente superior aos outros por cumprir determinadas normas ou por ser irredutivelmente fiel a um certo estilo católico próprio do passado” (Evangelii Gaudium, 94). No fundo, diz o papa, “a falta de um reconhecimento sincero, pesaroso e orante dos nossos limites é que impede a graça de atuar melhor em nós” (Gaudete et Exsultate, 50).

O importante é testemunhar Jesus em meio a toda situação adversa. Isso é que conta. Não ceder a nenhum tipo de pressão, ao medo ou a qualquer atitude que leve a renegar o Cristo sob o risco de não ter também o reconhecimento e a defesa de Jesus – “aquele que me renegar diante dos homens, também o renegarei diante de meu Pai que está nos céus” (Mt 10,33). Não corramos esse risco!

Ser como o mestre, confiar na proteção do Pai e declarar-se a favor de Jesus Cristo. Este é o caminho de quem se dispõe a ser discípulo. Como temos trilhado esse caminho?