A Palavra se faz vida

Jesus, nosso refúgio

Mt 11,28-30

Por Pe. Geraldo Martins

Jesus sentiu na pele a dor e o sofrimento dos pobres que se ressentiam do fardo que a Lei passou a representar para eles. O que era para ser alívio e libertação passou a significar peso e opressão, gerando cansaço, fadiga, desilusão. Isso se deve, sobretudo, aos acréscimos que os fariseus faziam à lei e à exigência de seu cumprimento, quando eles próprios não a cumpriam - “Eles amarram pesados fardos e os colocam nas costas dos homens, mas eles mesmos não os querem mover nem com o dedo” (Mt 23,4).

Em Jesus encontramos descanso e alívio, não porque Ele libera da lei ou a elimina, mas porque, ao contrário dos doutores da lei e dos fariseus, oferece um jugo que é suave e um peso que é leve. Por isso, convida os “cansados e fadigados”, isto é, os pobres e oprimidos, a ir até ele, tomar o seu jugo e aprender dele que é “manso e humilde de coração” (cf Mt 11,28-29).

O que torna o jugo da lei leve e seu peso suave é o amor. Porque ama intensamente, Jesus é livre diante da lei. “O amor não abole a lei, muito menos o agir moralmente correto. O amor, dom do Espírito, torna possível o cumprimento da lei, não pela lei, mas por seu autor – Deus - e seus destinatários - os seres humanos” (Liturgia Diária O Pão Nosso de Cada Dia).

Deixemo-nos conduzir pelo amor e tudo na vida ficará mais leve e suave, até mesmo as tribulações que tornam nossas noites mais longas e mais escuras. Aprender de Jesus significa isso: amar incondicionalmente, perdoar permanentemente, servir gratuitamente. Tomar o seu jugo equivale a assumir seu projeto de vida e de amor, comprometidos com a justiça e a paz, sinal de seu Reino entre nós.