A Palavra se faz vida

Cuidar do terreno

Mt 13,1-9

Por Pe. Geraldo Martins

Por meio de parábolas, Jesus passa a anunciar os segredos do Reino. Poderíamos olhar para esta primeira que ele conta, a do semeador, a partir de quatro elementos: o semeador, a semente, o terreno da semeadura e os frutos.

Do semeador, observemos a disposição para o trabalho e a generosidade. Ele não joga a semente da janela, mas sai a caminhar e lança a semente em todo tipo de terreno. Sua tarefa é semear e sua meta é fazer com que todo terreno receba a semente. Para tanto, é necessário ter disposição e não poupar semente. Lembra a "Igreja em saída" proposta com insistência pelo papa Francisco.

A semente, por sua vez, é caracterizada pela vida que traz dentro de si. Em todo terreno que ela cai, ela vai germinar, exceto na beira do caminho. Produzir fruto ou não, dependerá de outros fatores que não da semente. Esta é sempre fértil e pronta para germinar e produzir.

O terreno que recebe a semente é marcado pela variedade. O mais correto, portanto, seria falar em terrenos e estes são determinantes para a semente produzir frutos. Pela parábola, podemos concluir que nem todo terreno está preparado para receber a semente que, por isso, não vinga.

Finalmente, os frutos que nascem das sementes que caem em terra boa. O que chama atenção aqui é a diferença na produção – cem, sessenta e trinta frutos por semente (Mt 13,8). O que importa é que cada semente produziu na capacidade que o terreno lhe proporcionava.

Imaginando o nosso coração como terreno em que a semente da Palavra de Deus é lançada, concluímos que cabe a nós, e não ao semeador, que é Jesus, preparar este terreno para receber a semente que traz em si a força do novo. Sem a disposição para remover pedras e espinhos que impedem a semente penetrar no mais íntimo de nós, não veremos a abundância dos frutos que o Reino espera de nós.