A Palavra se faz vida

Jesus, restaurador da vida

Mt 9,18-26

Por Pe. Geraldo Martins

Os dois episódios narrados aqui por Mateus, registrados com muitos mais detalhes por Marcos (Mc 5,21-43), chama atenção pela forma como Jesus restitui a vida a quem dele se aproxima.

Em primeiro lugar, Jesus é visto como a última opção para a cura. Tanto a situação da menina, em estado de morte, quanto a da mulher, há doze anos sofrendo com uma hemorragia, davam sinais de esgotamento de todos os recursos para sua recuperação. Se Jesus não lhes recuperasse a vida e a saúde, nada mais poderia ser feito.

Em segundo lugar, o modo como Jesus cura. A mulher vai ao encontro dele para tocá-lo. Está convencida de que se o fizer, ficará curada. Para tanto, rompe com as leis que a proibiam de tocar nas pessoas uma vez que, por causa de sua doença, era considerada impura. No caso da menina que, segundo o pai, já estava morta, é Jesus quem vai ao seu encontro para tocá-lo. Ambos os toques são geradores de vida nova. Tocar em Jesus ou ser por Ele tocado resulta num estado de vida plenamente restaurada.

Um elemento, contudo, é fundamental para que a vida renasça a partir deste toque: a fé. Este é o elemento determinante para que tudo se refaça. É a fé que dá coragem àquela mulher para romper a multidão que cercava Jesus e tocar nele para sentir sua força vivificante. O próprio Jesus é quem diz isso a ela – Coragem, filha! A tua fé te salvou (Mt 9,22). O pedido que nasce dos lábios do pai da criança morta é também sinal de sua fé – “Vem, impõe tua mão sobre ela e ela viverá” (Mt 9,18).

Como podemos tocar ou ser tocados por Jesus hoje a fim de que Ele nos restaure a vida? De muitas maneiras. Por exemplo, ouvindo e meditando sua Palavra, tanto individual quanto comunitariamente; por meio dos sacramentos, especialmente, a penitência e a eucaristia; pela participação ativa na comunidade; pelo serviço aos pobres... Tudo, no entanto, dependerá da nossa fé.