Um convite à compaixão
Por Pe. Geraldo Martins
A compaixão é a pedra de toque de nosso agir cristão. Sem a
capacidade de sentir a dor do outro, dificilmente agiremos em seu favor de
forma a curar sua dor e sofrimento. Quando vemos o outro de nosso próprio
lugar, tendo-nos como referência, e não do lugar dele, perdemos a capacidade de
nos compadecer dele e, consequentemente, nossas ações não o libertarão de sua
indigência e carência.
Jesus nos ensina que a compaixão leva também à partilha.
Quando seus discípulos, preocupados com a multidão, o aconselham a despedi-la
para que providencie seu próprio sustento, Jesus joga a responsabilidade para eles –
“Eles não precisam ir embora. Deem-lhes vocês mesmos de comer!” (Mt 14,16). Uma lição para nós diante de tantos que vêm a nós e nos pedem alívio
de sua pobreza e necessidade. Mais que uma lição, um desafio! E quantos fugimos dele...
Esse compromisso passa também pela defesa de políticas públicas que respondam aos mais necessitados. Assim, é interessante ver que muitos vão às ruas para defender
bandeiras de causas duvidosas e sem nenhuma relevância na vida dos milhões de
empobrecidos, mas não são capazes de empunhar a bandeira do combate a uma
economia que alimenta ainda mais os já saciados, passando ao largo dos pobres e
miseráveis.
São palavras do Papa Francisco: “Os seres humanos e a
natureza não devem estar ao serviço do dinheiro. Digamos NÃO a uma economia de
exclusão e desigualdade, onde o dinheiro reina em vez de servir. Esta economia
mata. Esta economia exclui. Esta economia destrói a Mãe Terra".
E continua: "A economia não deveria ser um mecanismo de acumulação, mas a condigna administração da casa comum. Isto implica cuidar zelosamente da casa e distribuir adequadamente os bens entre todos. A sua finalidade não é unicamente garantir o alimento ou um 'decoroso sustento'. Não é sequer, embora fosse já um grande passo, garantir o acesso aos ‘3 T’ pelos quais combateis. Uma economia verdadeiramente comunitária – poder-se-ia dizer, uma economia de inspiração cristã – deve garantir aos povos dignidade, 'prosperidade e civilização em seus múltiplos aspectos'” (2º Encontro Mundial com os Movimentos Populares – 9.7.2015 – Santa Cruz de la Sierra).
...Jesus nos ensina que a compaixão leva também á partilha.Que Deus nos dê a graça de termos compaixão para com os mais necessitados. " Dê-lhes voces mesmo o que comer ."
ResponderExcluirLutemos contra este capitalismo devastador
ResponderExcluirQuando vemos o outro de nosso próprio lugar, tendo-nos como referência, e não do lugar dele, perdemos a capacidade de nos compadecer dele e, consequentemente, nossas ações não o libertarão de sua indigência e carência.
ResponderExcluirÉ desumano e triste ignorarmos a fome dos irmãos
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