A Palavra se faz vida

Não à hipocrisia

Mt 23,27-32

Por Pe. Geraldo Martins

O duro discurso de Jesus dirigido aos doutores da lei e aos fariseus aplica-se também a nós quando enveredamos pelo caminho da incoerência entre o falar e o fazer. A inautenticidade dos doutores da lei e fariseus, chamados de hipócritas, leva Jesus a usar um tom, não só de reprovação, mas de ameaça à suas atitudes – “Ai de vós, mestres da lei e fariseus, hipócritas!” (Mt 23,27). Esse “Ai de vós” é dito, pelo menos, sete vezes!

Nos versículos que meditamos hoje, a condenação recai sobre a atitude dos que vivem de aparência. São comparados a sepulcros caiados que por fora aparentam beleza, mas por dentro escondem podridão (cf. Mt 23,27). Trata-se dos que passam a imagem de uma pessoa boa, honesta, verdadeira, santa, justa, mas, no seu interior, guarda todo tipo de “hipocrisia e injustiça” (cf. Mt 23,28). Usam, permanentemente, máscaras que lhes escondem a verdadeira identidade e, com isso, enganam a si mesmo e aos outros.

Precisamos ficar atentos e identificar os que vivem de aparência a fim de não sermos enganados e seduzidos por suas atitudes. “Os hipócritas aparentam ser justos, mas, na verdade, trata-se de uma impecabilidade exterior que esconde o maior dos pecados: a busca da autojustificação, que não conhece o amor e gera todo tipo de maldade sob a máscara do bem” (Liturgia Diária O Pão Nosso de Cada Dia).

Oxalá a máscara que usamos para nos proteger da pandemia causada pelo novo coronavirus não seja sinal da máscara condenada por Jesus, a hipocrisia.