A Palavra se faz vida

À espera do encontro definitivo 

Mt 25,1-13

Por Pe. Geraldo Martins

A bem-aventurança eterna, de acordo com esta parábola contada por Jesus, é como uma festa de casamento da qual os convidados tomarão parte somente após a chegada do noivo. Sem saber quando isso acontecerá, os convidados devem levar suas lâmpadas e mantê-las acesas porque a espera pode ser longa e varar toda a noite. Para tanto, é necessário levar o óleo que manterá as lâmpadas sempre acesas e, assim, poder entrar para a festa à chegada do noivo seja a hora que for.

As dez jovens – cinco imprevidentes e cinco previdentes (cf. Mt 25,2) – representam todos nós, uma vez que o convite para a bem-aventurança eterna é dirigido a todos. As previdentes lembram os que pautam sua vida pelas obras de misericórdia, vivendo o hoje com o coração, a mente e todo seu ser para o futuro que Deus lhes reserva. Eles têm consciência de que um dia serão julgados pelo Senhor, por isso, não deixam para amanhã o bem que podem fazer hoje. Não se trata de medo, mas de sabedoria, uma vez que só participa do banquete celeste os que tiverem praticado boas obras.

As imprevidentes representam aqueles que vivem despreocupados em construir no hoje de sua história o encontro futuro com o Senhor. Dessa forma, deixando para se converter no final da vida, negligenciam a prática das obras misericórdia e do amor, pautando sua vida nos pseudovalores que o mundo oferece. Perdem a referência do Transcendente.  

Com esta parábola “Jesus quer dizer-nos que devemos estar preparados para o encontro com Ele. Não apenas para o encontro final, mas também para os pequenos e grandes encontros de cada dia, em vista daquele encontro, para o qual não é suficiente a lâmpada da fé, mas é necessário também o óleo da caridade e das boas obras. A fé que nos une verdadeiramente a Jesus é aquela, como diz o Apóstolo Paulo, «que opera pela caridade» (Gl 5, 6)” (Papa Francisco, 8.11.20).

Lembramos hoje os quinze anos da páscoa de Dom Luciano, pastor querido e amado de nossa Arquidiocese de Mariana. Eis um exemplo de quem sempre manteve acesa a luz de sua fé por meio do amor aos pobres, do serviço aos excluídos, da defesa da dignidade e dos direitos humanos, do compromisso com a justiça, da dedicação à Igreja, da entrega à causa do Reino. Que ele nos ajude a estarmos vigilantes e preparados para a chegada do Esposo, Cristo Jesus, nosso salvador e libertador.