A Palavra se faz vida

Coerência e autenticidade

Lc 6,39-42

Por Pe. Geraldo Martins

Estar na luz, ser como o mestre e vencer a hipocrisia. Eis o caminho do verdadeiro discípulo de Jesus que usa algumas comparações para mostrar isso. Diz, em primeiro lugar, que um cego não pode guiar outro cego, ou seja, quem não tem a luz não pode tirar outro de sua escuridão. Em seguida, mostra que o discípulo não pode tomar o lugar do mestre porque “um discípulo não é maior que o mestre” (Lc 6,40). Por fim, declara que aquele que não vê as próprias falhas é um hipócrita e não tem moral para corrigir o outro.

O distintivo do cristão deve ser, portanto, a coerência e a autenticidade. Sem isso, seu testemunho se torna contratestemunho. Nossa tendência é sempre de julgamento do outro, por isso, apraz-nos mais tirar o cisco do olho de nosso irmão e ignorar a trave que está no nosso. Somos muito ágeis para ver o defeito dos outros, por menor que seja, recusando-nos a reconhecer nossos próprios defeitos. Nisso está a origem de muitos desentendimentos e conflitos nas nossas relações, inclusive, familiares.

Lembra o papa Francisco que “todos nós temos defeitos, mas estamos acostumados, um pouco por inércia, um pouco pela força da gravidade do egoísmo, a olhar os defeitos dos outros. Somos especialistas nisso”. E acrescenta: “Encontramos logo os defeitos dos outros e falamos, pois falar mal parece uma coisa doce, prazerosa”.

O papa diz, ainda, que “as guerras começam com a língua. Se você fala mal do outro, começa uma guerra. (...) A língua tem o poder de destruir como uma bomba atômica (...) Antes de falar dos outros, olhe-se no espelho. Olhe os seus defeitos e sinta vergonha. A fofoca não resolve nada, só piora as coisas” (Papa Francisco, 3.3.2016).

Ó Cristo, mestre e Senhor de nossa vida, dá-nos a graça de caminhar na tua luz; livra-nos da hipocrisia e da falsidade; ajuda-nos a viver autenticamente nossa fé e, assim, ajudar nossos irmãos e irmãs a te encontrar e servir. Amém!