A Palavra se faz vida

Como é nosso coração?

Lc 6,43-49

Por Pe. Geraldo Martins

O texto de São Lucas proclamado na liturgia de hoje convida-nos a olhar para dentro de nós a fim de percebermos como é o nosso coração. Jesus o compara a uma árvore. Esta, se é boa, só pode produzir frutos bons; se é ruim, não terá como produzir frutos bons. Assim também o nosso coração. Se é tomado pela bondade, nossas obras serão boas; se, ao contrário, é habitado pelo mau, nossas obras também serão más. Nossas palavras é que revelam a qualidade de nosso coração, como disse o próprio Cristo: “O homem mau tira coisas más do seu tesouro, pois sua boca fala do que seu coração está cheio” (Lc 6,45).

Provamos que nosso coração é bom quando nos esforçamos por colocar em prática o que Jesus diz. Dizer “Senhor, Senhor” não é suficiente para provar que produzimos frutos bons. Estes aparecem na medida em que nos tornamos praticantes dos ensinamentos de Cristo. Se agimos assim, construímos nossa casa sobre a rocha, que é Cristo, e nenhuma tempestade, por mais forte que seja, poderá destruí-la.

Nossa tentação, quando lemos essa advertência de Jesus, é pensar logo nas pessoas que nos rodeiam e classificar as que são boas e as que são más. Quando fazemos isso, já damos uma prova de como é nosso coração. Afinal, esta palavra de Cristo deve nos fazer conhecer melhor, antes de tudo, o nosso próprio coração. Não podemos ter medo de nos perguntar que tipo de árvore é o nosso coração.

Descobrir as maldades que, consentidas ou não, o habitam é condição primeira para nossa conversão que é fruto de nosso esforço para eliminar tais maldades de nosso interior. O caminho para isso é ir a Cristo, ouvir suas palavras e colocá-las em prática (cf. Lc 6,47). Devemos, portanto, “ver com sinceridade e discernir com verdade quem somos para podermos escolher o que somos chamados a ser” (Liturgia Diária O Pão Nosso de Cada Dia).