A Palavra se faz vida

 Amor extremo

Jo 3,13-17

Por Pe. Geraldo Martins 

A festa da exaltação da Santa Cruz leva-nos à contemplação da grandeza e da profundidade do amor de Deus por toda a humanidade. Exaltamos a Cruz não por ela mesma, mas por Aquele que nela morreu: Jesus Cristo, o Filho de Deus, nosso salvador. É a Ele, portanto, que dirigimos nosso louvor, nossa adoração, nossa gratidão, por tamanha prova de amor, quando exaltamos a Santa Cruz.

Duas perguntas ajudam-nos a refletir e celebrar esta festa.  A primeira é: como a Cruz apareceu na vida de Jesus? A resposta é clara e objetiva: Ela apareceu como consequência da ação de Jesus ao mostrar o reino de Deus presente entre nós. A Cruz não é algo que Ele desejasse ou buscasse como se sentisse prazer com o sofrimento. Ele mesmo disse isso ao Pai em oração no Jardim das Oliveiras: "Pai tudo é possível para ti! Afasta de mim este cálice! Contudo, não seja o que eu quero, e sim o que tu queres" (Mc 14,36).

Em toda a sua vida, Jesus se colocou ao lado dos pobres e sofredores, dos marginalizados e excluídos, dos pecadores e abandonados. Sua missão foi sempre defender os mais vulneráveis e descartados pela sociedade. Por causa disso, é rejeitado pela elite política e religiosa da sociedade de seu tempo, que o denuncia como um blasfemo e violador da Lei. É acusado de comer com os publicanos e pecadores e visto como ameaça ao poder político-religioso ao ser apresentado como rei dos judeus. Por isso, é condenado a morrer na cruz, castigo para os ímpios e criminosos.

Nessa perspectiva, Jesus teria sido um fracassado e a Cruz, o símbolo maior de sua derrota. Assim seria se tudo tivesse terminado com sua morte. Mas não! A Cruz e a morte não tiveram a palavra final. Ressuscitando, Jesus as venceu e deu outro sentido à cruz. De instrumento de condenação, ela se torna instrumento de salvação. Ela se converte em símbolo da vitória do bem sobre o mal; da vida sobre a morte, por isso, é exaltada.

Chamados a seguir o Cristo, somos desafiados a também pegar nossa cruz – “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga” (Mc 8,34). Daí a segunda pergunta: qual é a nossa Cruz? É preciso tomar cuidado para que não carreguemos a Cruz errada.

Nossa cruz, como a de Jesus, deve ser consequência de nossa opção pelo Reino, do contrário não será cruz de libertação. Tal como Jesus, nossa opção há de ser sempre pela vida, especialmente a mais ameaçada. Assim, devemos assumir como nossa a luta dos que passam fome; dos que são vítima da violência, da discriminação, do preconceito, da pobreza; dos doentes, idosos, mulheres, crianças e jovens, especialmente, os negros.

Há muitos que querem seguir um Jesus sem a Cruz. Porém, não há Cristo sem cruz, tal como na há cruz sem ressurreição. Rigorosamente, não seguimos a cruz, mas o Cristo que nela morreu, fazendo-se pecado para nos redimir. Não há maior prova de amor que essa. E nós, somos capazes também de dar a vida por amor?

Olhemos, não tanto para a Cruz, mas para aquele que nela deu sua vida por nós. Sejamos nós também capazes de carregar nossa cruz e dar nossa vida em favor da vida de nossos irmãos e irmãs.

Comentários

  1. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo! Amém!!

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  2. A cruz foi o maior fracasso na vida de Jesus, mais Ele venceu e a tornou cruz santa de libertação dos pobres e marginalizados.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. "Pai tudo é possível para ti!"
    - Amém!

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  5. Senhor, mais perto eu quero estar de te. Assim mesmo como sou, com minhas fraqueza. E me fortalecendo em te que entregou numa cruz por tanto amor a mim. Eu amo meu Jesus.

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  6. A Cruz sagrada seja minha Luz!🙏

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  7. Amém!
    "Prova de amor maior não há que doar a vida pelo irmão...
    Amai-vos uns aos outros como Eu vos tenho amado"
    Senhor, converte o nosso coração para que dignos do vosso amor possamos amar como nos ensina.

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  8. "Senhor Jesus nos dê forças para carregar a nossa cruz e doar a nossa vida em favor de nossos irmãos e irmãs. "

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  9. No entanto, todos nós que acolhemos a salvação de Jesus corremos risco de vida, se não estivermos constantemente alertas para as ciladas do inimigo.

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