A Palavra se faz vida

Misericórdia, não sacrifício

Mt 9,9-13

Por Pe. Geraldo Martins

Ao jantar com publicanos e pecadores na casa de Mateus, um publicano chamado a fazer parte de seu grupo, Jesus revela que os critérios de Deus não são, definitivamente, os nossos critérios. Quem de nós chamaria para fazer parte de seu grupo alguém ‘mal visto’ pela sociedade? E quem teria como companhia à mesa, num jantar, os condenados pela sociedade?

Com seu gesto, Jesus aponta a misericórdia como caminho para integrar e salvar as pessoas, não o julgamento e a condenação. Suas palavras deveriam calar fundo em nosso coração: “Quero misericórdia e não sacrifício. De fato, eu não vim chamar os justos, mas os pecadores” (Mt 9,13). Como temos dificuldades para compreender e viver isso!

Como os fariseus, personificação daqueles que se julgam melhores e mais santos do que os outros, há muitos que, ainda hoje, se escandalizam com a misericórdia de Deus. São incapazes de acolher e estender a mão aos excluídos por sua condição social e moral.

Trata-se de “cristãos fechados na cidadela de sua justiça, que nada fazem para ajudar um transviado a reencontrar o caminho, que não sabem alegrar-se com a volta de um irmão, que fogem da companhia daqueles que não são ‘dos nossos’” (Missal Cotidiano). Quem age assim, “não compreende o coração de Deus” (idem). Deus nos livre dessa incompreensão. 

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