A Palavra se faz vida

Rezar sempre

Lc 18,1-8

Por Pe. Geraldo Martins

A história contada por Jesus, neste texto de Lucas, para mostrar a necessidade de rezar sempre e nunca desistir (cf. Lc 18,1), faz-nos pensar que a oração exige, pelo menos, três atitudes que se interpenetram: a fé, a esperança e a perseverança. Uma leva, necessariamente, à outra. Sem isso, toda oração é vazia. O beato Charles de Foucauld, na busca da fé que havia perdido, rezava assim: “Meu Deus, se tu existes, faze que eu te conheça". Tudo começa pela fé.

A experiência da oração é sempre pessoal, mesmo quando feita na comunidade e em comunidade. É preciso compreender, no entanto, que oração não é mágica, mas encontro amoroso entre Criador e criatura; diálogo entre Deus, Pai-Mãe de ternura e misericórdia, e seus filhos e filhas queridos. Implica, portanto, falar, mas também ouvir. Daí a necessidade de fazer silêncio e ceder espaço à reflexão e à meditação para escutar o que Deus nos fala. Do contrário Ele pode nos atender sem que percebamos. 

Na oração, devemos nos entregar inteiramente a Deus e confiar que Ele agirá no seu tempo e ao seu modo. Podemos sempre dizer o que queremos e quando gostaríamos de recebê-lo, sem nos esquecer de acrescentar: “seja feita a Tua vontade”. É a nossa conformidade com a vontade do Pai que nos faz alcançar, não tanto o que queremos, mas aquilo de que temos necessidade, afinal “o Pai de vocês conhece as necessidades de vocês, antes que vocês lhe peçam” (Mt 6,8). Se não compreendermos isso, corremos sério risco de nos decepcionar. 

Senhor, escutai minha oração e atendei minhas súplicas. Fazei que, na perseverança que nasce da fé, eu vos procure sempre e a vós me entregue inteiramente. Amém!