A Palavra se faz vida

Servir somente a Deus

Lc 16,9-15

Por Pe. Geraldo Martins 

A parábola do administrador infiel (Lc 16,1-9) é explicada por Jesus e traz como centro a relação que se deve ter com o dinheiro ou ‘mammona’. Três aspectos chamam nossa atenção neste texto. 

Em primeiro lugar, a afirmação de Jesus: “façam amigos com o Dinheiro da iniquidade” (Lc 16,9). “O dinheiro é chamado ‘da iniquidade’ não porque aquele que o possui o adquiriu mal, mas ainda, de maneira geral, porque na origem de quase todas fortunas há alguma desonestidade” (Bíblia de Jerusalém). Alguém duvida disso? As riquezas humanas são injustas na medida em que desviam a pessoa humana do Reino de Deus.

O segundo aspecto é a afirmação central do texto: “Ninguém pode servir a dois senhores... vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro” (Lc 16,13). É impossível afirmar-se de Deus cultuando a riqueza, vivendo somente para o dinheiro. “Quando a pessoa faz do dinheiro seu único ponto de apoio e sua única meta, a obediência ao Deus verdadeiro desaparece” (José Antônio Pagola – O caminho aberto por Jesus - pag. 267). E são tantos que servem mais ao dinheiro do que a Deus. Na desculpa de que o dinheiro é importante, de que ninguém vive sem dinheiro por causa do sistema no qual vivemos, acabam por transformar o dinheiro em seu deus.

Por fim, o escárnio dos fariseus diante do discurso de Jesus (Lc 16,14). Observemos que São Lucas afirma com todas as letras que os fariseus eram “amigos do dinheiro”. Equivale dizer que eram dominados pela avareza. Esta, diz São Paulo, é a raiz de todos os males (1Tm 6,10). Para os fariseus e para nós vale o seguinte alerta: “Para ser de Deus não basta fazer parte do povo eleito nem prestar-lhe culto no templo. É necessário manter-se livre diante do Dinheiro e ouvir o chamado a trabalhar por um mundo mais humano” (José Antônio Pagola – O caminho aberto por Jesus - pag. 266). Somos capazes disso?

Senhor, queremos servir somente a ti. Dá-nos tua força a fim de vencermos a tentação da avareza. Não permitas que nos deixemos dominar pelo desejo das riquezas que nos afastam de ti e do teu Reino. Amém!