A Palavra se faz vida

Desarmar o coração 

Mt 11,16-19

Por Pe. Geraldo Martins

O fechamento sobre as próprias ideias e conceitos é um obstáculo que impede a pessoa de ver e acolher qualquer novidade, por melhor que seja. Quem se comporta dessa maneira, facilmente cai em preconceitos e autoritarismos que bloqueiam o caminho da libertação e da salvação.

Jesus vê e condena estas atitudes na geração de seu tempo que recusou a aceitar tanto João Batista quanto a ele próprio. Ao que tudo indica, Jesus não se refere à multidão, que recorria a João Batista e, depois a Ele, mas aos grupos que achavam defeito tanto num quanto no outro. O primeiro é visto como muito rígido, enquanto o segundo é demasiado condescendente.

Tratava-se, na verdade, de uma desculpa para justificar sua indisposição à conversão e à mudança de vida. Daí a comparação de Jesus daquela geração com crianças birrentas a quem nada satisfaz. Não aceitam brincar nem de festa de casamento – "tocamos flauta e vocês não dançaram" -, nem de enterro – "entoamos lamentações e vocês não  bateram no peito" (Mt 11,17). Segundo o papa Francisco, quem age como essas crianças lembra aqueles “cristãos que sempre criticam os pregadores da Verdade, porque têm medo de abrir a porta para o Espírito Santo” (13.12.2013). E como tem crescido o número deles atualmente!

Esta palavra de Jesus é um alerta para nós que somos continuamente tentados a querer viver e celebrar a fé do nosso jeito e não conforme as exigências do evangelho. Assim, procuramos justificar tudo quanto nos desagrada, transferindo para os outros nossos limites e apontando neles os defeitos que, normalmente, são nossos. A João Batista acusavam de ter demônio e a Jesus, de comilão e beberrão (cf. Mt 11,19). Por quê? Porque agiam de maneira diferente do que imaginavam e desejavam.

É quase sempre assim. Quando as coisas não saem do nosso jeito e exigem uma mudança de postura de nossa parte, preferimos lançar a culpa e o “defeito” no outro. É a maneira mais fácil de justificar nossa indisposição à mudança. Foi assim no tempo de Jesus. Continua assim em muitas situações também hoje.

Ó Pai, dá-nos tua sabedoria para acolhermos com alegria e disposição a palavra libertadora de teu Filho. Desarma nosso coração e não o deixes endurecer pela soberba e presunção de quem não se abre à tua verdade e ao teu amor. Amém! 

Comentários

  1. Senhor, nos ajuda a ti acolher, nos ajuda arrepender dos nossos pecados e mudarmos de vida, dai-nos a graça de vivermos o hoje da nossa vida, a fé que de Deus recebemos, nos ajuda alegramos em Jesus Cristo, mesmo em meio a cruz da nossa vida
    Obrigada meu Deus por falar conosco na leitura de hoje Is 48, 17-19, por nos conduzir, por nos orientar e mostrar o caminho certo

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  2. "Ó Pai, dá-nos tua sabedoria para acolhermos com alegria e disposição a palavra libertadora de teu Filho."
    Amém!

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  3. Que no dia de hoje , peçamos ão Senhor que nos conceda a graça de vivermos o hoje da nossa vida a fé que de Deus recebemos como dom e também nos alegrarmos em Cristo Nosso Senhor mesmo diante da Cruz e dificuldade .Desarme nosso coração e o deixes endurecer pela nossa soberba e presunção de quem não se abre à Tua verdade e ao Teu amor. Amem !!

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  4. É quase sempre assim. Quando as coisas não saem do nosso jeito e exigem uma mudança de postura de nossa parte, preferimos lançar a culpa e o “defeito” no outro. É a maneira mais fácil de justificar nossa indisposição à mudança. Foi assim no tempo de Jesus. Continua assim em muitas situações também hoje.
    Que o Senhor tenha misericórdia de nós e abra o nossos corações para mudanças necessárias. Amém!

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  5. Jesus, porém, afirma que aquele que tem a sabedoria de Deus é reconhecido pelas obras que realiza e não se engana. O Senhor quer nos ensinar a viver a Sua graça e a participar do Seu reino de amor para não ficarmos de fora, somente reclamando e murmurando.

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  6. Maria, a cheia de graça disse SIM a Deus e por isso é corredentora e colaboradora do Senhor na Salvação da humanidade. O sim de Maria para nós é um grito que ecoa no nosso coração de homens e mulheres que também somos chamados a colaborar com o projeto de salvação que Deus designou para a humanidade.

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