A Palavra se faz vida

Apelos à conversão

Mt 21,23-27

Por Pe. Geraldo Martins 

Em várias ocasiões Jesus é questionado a respeito de sua autoridade em relação ao que ensina e aos milagres que realiza. A pergunta vem sempre das “autoridades”, isto é, a elite religiosa e política de seu tempo. Aqui, vemos os sumos sacerdotes e anciãos do povo, de novo, colocando em dúvida a autoridade de Jesus. 

A pergunta, na verdade, é uma afirmação de que eles não acreditam na autoridade de Jesus. Usamos a mesma artimanha quando queremos afirmar ou justificar nossas convicções quando estas não se encaixam no perfil de quem se diz discípulo de Jesus.

A resposta de Jesus, fazendo outra pergunta, desmascara seus interlocutores e revela o quanto não estão dispostos a ver o óbvio. Ao evocar o testemunho de João Batista, Jesus afirma, nas entrelinhas, que sua autoridade tem a mesma origem da autoridade de João Batista, ou seja, vem de Deus. Ora, se os sumos sacerdotes e anciãos, ao contrário do povo, não reconheciam a autoridade de João Batista, tampouco irão admitir a de Jesus. 

Em decorrência disso, os opositores de Jesus são chamados à conversão. No entanto, optam por outro caminho. Isso fica claro quando deixam de responder à pergunta que Jesus lhes faz.  É a mesma atitude dos que se fecham em si mesmos, em suas próprias “verdades”, e não se deixam modelar pela verdade de Deus. Daí o apelo à conversão sem a qual jamais reconheceremos a autoridade de Jesus para dela nos beneficiarmos.

Façamos desse tempo do Advento oportunidade de verdadeira conversão e deixemo-nos guiar pela autoridade de Jesus que vem ao nosso encontro para nos oferecer, gratuita e generosamente, seu amor que tudo transforma e tudo renova.

Senhor, abre nossos olhos, coração e mente para que nossa conversão seja verdadeira e, assim, sentirmos em nós a força de teu amor e de tua misericórdia. Amém!