A Palavra se faz vida

Deus não despreza ninguém

Mt 18,12-14

Por Pe. Geraldo Martins

Esta pequena parábola da ovelha perdida está no contexto da reposta de Jesus aos discípulos que lhe haviam perguntado sobre quem é o maior no Reino dos Céus (cf. Mt 18,1). Ele ensina que não se pode desprezar os pequenos porque o Reino pertence a eles. Compreendemos, assim, que Deus nos criou a todos para si e deseja que todos se encontrem nele. Não quer que nenhum se perca, por menor que seja. Por isso, todo esforço para buscar os que se perdem ou se extraviam vale a pena.

Desta parábola podemos tirar, pelo menos, três breves lições. Primeira: há ovelhas que se perdem. Infelizmente, nem todas conseguem permanecer no redil. Hoje, são muitas as pessoas que se deixam fascinar e encantar pelas luzes do mundo e acabam se distanciando de Deus e de seu amor. Iludem-se com as promessas de poder, riqueza e prestígio que o mundo oferece como caminho de felicidade. E não são poucos os que vão por esse caminho e se perdem. Não conseguem voltar para seu lugar de origem que é o amor de Deus.

Segunda lição: é preciso ir ao encontro dos que se perdem. A parábola nos mostra que a iniciativa é sempre de Deus, o dono das ovelhas. Para Ele, todas são importantes e vale a pena correr o risco de deixar as noventa e nove sozinhas para ir ao encontro da que se perdera. Não podemos ficar indiferentes aos que deixam nossa comunidade e se perdem nos descaminhos da vida. Precisamos ir ao seu encontro. 

Lição terceira: A alegria do encontro. Todo o esforço de buscar a ovelha perdida é recompensado pela alegria de sua volta  e pelo reencontro com as outras ovelhas. Só os insensíveis ficariam indiferentes ao retorno de quem se perdera. 

Quem são, hoje, os que se perdem longe do redil? São os que se iludem com os encantamentos do mundo e não fazem de Deus o sentido de sua própria vida. Buscá-los é necessário para que voltem a fazer parte do rebanho do Senhor. Aqui há dois riscos: o de perder as ovelhas que ficaram sozinhas no redil e o de não encontrar a que está perdida ou não conseguir convencê-la a voltar. O medo desses dois riscos não deve ser motivo para não irmos ao encontro de quem está perdido.

São dois os sentimentos que nos devem levar ao encontro dos que se perdem: amor e perdão. Sem isso, corremos o risco de ficar indiferentes a quem não caminha conosco sob a desculpa de que mais um ou menos um não faz diferença. Se Deus agisse assim conosco, onde estaríamos?

Senhor, vem ao nosso encontro e reconduz-nos ao teu rebanho toda vez que nos desviarmos de teu amor. Não permitas que vivamos longe de ti. Amém!