A Palavra se faz vida

Coragem de anunciar

Jo 7,1-2.10.25-30

Por Pe. Geraldo Martins

Tensão e conflito sempre acompanharam Jesus no exercício de seu ministério. As autoridades dos judeus – fariseus e doutores da lei – manifestavam-lhe forte resistência a ponto de planejar sua morte em várias ocasiões. No centro de tudo estava a identidade de Jesus. Seus opositores não o reconheciam como Messias e rechaçavam os sinais que realizava. Aparecer e ensinar em público tornava-se cada vez mais perigoso para Jesus, especialmente, na Judeia, como afirma São João: “Evitava andar pela Judéia, porque os judeus procuravam matá-lo” (Jo 7,1).

Sem se intimidar com as ameaças que pairavam sobre ele, Jesus vai à festa das Tendas em Jerusalém e, no Templo, usa da palavra para ensinar. Não tem medo. Reafirma que vem do Pai e que age em seu nome – “o que me enviou é fidedigno (...) venho da parte dele, e ele foi quem me enviou” (Jo 7,28.29). Sua atitude inflama a ira de seus opositores que, no entanto, nada fazem porque a “hora de Jesus” ainda não chegara (cf Jo 7,30).

Somos, cotidianamente, desafiados a reconhecer e a afirmar a identidade de Jesus através de nosso testemunho. Este nasce de nossa adesão radical à sua pessoa e de nosso compromisso com seu projeto de vida e justiça pelo qual deu a própria vida. Esse projeto aponta-nos o Reino de Deus, presente entre nós por meio da libertação que Cristo nos trouxe.

Ó Pai, dá-nos o dom da sabedoria a fim de reconhecermos que Jesus é o Messias que nos enviaste. Reveste-nos da coragem de teu filho que nos faz destemidos anunciadores de teu Reino. Amém!