A Palavra se faz vida

Crer ou não crer em Jesus?

Jo 7,40-53

Por Pe. Geraldo Martins

É impossível ficar indiferente aos ensinamentos de Jesus. Na festa das Tendas, em Jerusalém, de novo, Ele é causa de divisão entre as pessoas por causa de suas palavras. Enquanto alguns o reconheciam como “o profeta” e “o Cristo” (Jo 7,40-41), outros se recusavam a crer nele e afirmavam que Ele não era o Messias por ter vindo da Galileia, supondo que tivesse nascido ai e não em Belém, como era a promessa divina.

Diante desse impasse, a solução que encontram é a violência – “alguns queriam prendê-lo, mas ninguém lhe pôs a mão” (Jo 7,44). Trata-se de uma resposta própria de quem, para justificar sua incredulidade, usa de subterfúgios ao invés de se abrir à verdade. Vemos isso na atitude dos chefes dos sacerdotes e fariseus que acusam tanto os guardas quanto Nicodemos de terem aderido a Jesus, sendo “enganados” por Ele.

A afirmação dos guardas – “Ninguém jamais falou como este homem” (Jo 7,46) – é o ponto alto desta passagem. Ela resume bem a pessoa de Jesus e explica o encantamento que provoca na maioria das pessoas. De fato, se acolhemos os ensinamentos de Jesus e os meditamos profundamente, seremos seduzidos por Ele e tudo em nossa vida se modificará. Contudo, é necessário despojamento e abertura ao novo. Os fariseus já se julgavam conhecedores de tudo – isso fica evidente quando censuram Nicodemos por tomar a defesa de Jesus: “vai estudar e verás que da Galileia não pode surge profeta” (Jo 7,53) – e, tomados pelo orgulho e pela presunção, tornam-se cegos diante das evidências de que Jesus é o Messias.

Jesus continua causando divisão ao longo da história, mesmo entre os que se dizem seus discípulos. Não são poucos os que usam o Evangelho para justificar situações e circunstâncias que contradizem o projeto de vida e de justiça inaugurado por Jesus. Apegados a tradições que já não respondem aos desafios dos tempos atuais, perdem a capacidade de reconhecer Jesus que nos fala nos pobres, nos simples, nos que são constantemente ameaçados em sua vida e dignidade.

Reconhecemos que “ninguém jamais falou como Jesus” na medida em que assumimos as causas que Ele defendeu e nos comprometemos com a defesa da vida e do direito dos excluídos e descartados como Ele fez.

Comentários

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  2. Neste tempo de Quaresma, atendendo a apelos mais insistentes, assumimos percorrer com Jesus k caminho da provação e da cruz. Nessa caminhada para Jerusalém, vamos recebendo a necessária força do Espírito Santo, que nos ajuda a darmos a vida pelos irmãos e irmãs, enquanto lutamos contra as formas de violência, de injustiça e de morte que, dolorosamente, persistem em nosso mundo. Jesus não foi aceito nem pelos saduceus e nem pelos fariseus. Corações fechados não reconhecem a verdade.
    Porventura o Messias virá da Galileia?

    Na leitura o profeta Jeremias, nos fala do justo perseguido pelos ímpios
    Era como manso cordeiro levado ao sacrifício.

    Salmo Senhor meu Deus, em vós procuro o meu refúgio.
    Senhor, vem em nosso socorro, so o Senhor Deus pode nos julgar como merecemos, nos ajuda Senhor a dar oportunidade o outro de se defender, antes de julgarmos, Senhor coloca fim na injustiça, amém

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  3. Não podemos conhecer Jesus somente pelos bens que recebemos Dele, mas, sim, pela profundidade da nossa experiência com a Sua pessoa.

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  4. Nós somos chamados a testemunhar Jesus Cristo .Que dentro de nós não estejamos divididos. " Ninguém jamais falou como Jesus " Façamos memória do que Jesus fez na nossa vida .Jesus jamais nos enganou . Ele entrou definitivamente em nossa vida é mudou como mudou a vida desses guardas. Senhor , que não haja divisão em nossa família, guardei- nos sob Sua proteção. Amem .

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