A Palavra se faz vida

A justiça que nasce do amor

Mt 5,20-26

Por Pe. Geraldo Martins

Estamos acompanhando o Sermão da Montanha, o longo discurso de Jesus que aponta o caminho para se alcançar o Reino de Deus. No trecho proclamado na liturgia de hoje, Jesus aborda uma questão fundamental ao ser humano: a justiça.

Ele ensina que a justiça de quem quer se tornar seu discípulo deve ir além da que é praticada pelos doutores da lei e fariseus. Para estes, a justiça se limitava a não cometer homicídio. “Jesus afirma que é pecado não só matar, mas também insultar e ofender o irmão. E faz bem ouvir isto precisamente neste tempo em que estamos tão acostumados aos qualificativos e usamos um vocabulário muito criativo para insultar os outros” (Papa Francisco 9.6.2016).

A justiça que Jesus exige persegue o mal até suas raízes mais secretas que se encontram no coração humano onde se aninham a ira e o ódio. A justiça exigida por Jesus combate toda manifestação que fere a dignidade humana e desonra os irmãos. Para Jesus, a justiça “compreende toda atitude e comportamento espiritual e moral das pessoas” (cf. Missal Cotidiano).

Compreendida assim, a justiça deve levar à fraternidade, por isso, implica a reconciliação. O desafio, no entanto, está em tomar a iniciativa da reconciliação quando se é ofendido como indica Jesus - se “você se lembrar de que seu irmão tem alguma coisa contra você, deixe a sua oferta ali diante do altar, e vá primeiro reconciliar-se com o seu irmão” (Mt 5,23s). E não há reconciliação sem perdão.

Diz o papa Francisco: “Jesus insere nas relações humanas a força do perdão. Na vida nem tudo se resolve com a justiça. Não. Sobretudo onde se deve pôr um limite ao mal, alguém tem que amar além do devido, para recomeçar uma história de graça. O mal conhece as suas vinganças, e se ele não for interrompido corre o risco de se alastrar sufocando o mundo inteiro” (Catequese sobre o Pai Nosso – 24.4.2019).

Senhor Jesus, perdoa-nos pelas vezes que praticamos outra justiça que não a tua. Dá-nos teu amor e tua graça e viveremos de tua justiça que conduz ao teu Reino. Amém!

Comentários

  1. Jesus veio para nos ensinar a viver em plenitude a Lei de Deus e o que mais Ele pregou foi o bom relacionamento entre as pessoas. A justiça de Deus é o Amor, é o perdão, é a reconciliação. O amor é o termômetro do nosso julgamento. Seremos julgados pela justiça que praticamos.

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  2. Jesus, perdoa-nos quando fazemos julgamento precipitado que não leva a viver a sua justiça, mais a nossa , levando muitas vezes só desamor!

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  3. Jesus, foi crucificado e fez algo a mais" E nós como cristãos somos chamados a imita- Lo , e precisamos colocar esse algo a mais no mundo e na vida das pessoas. A justica6 que Jesus exige persegue o mal até as raízes mais secretas que se encontram tram no coração humano onde se aninha o ódio. Derramado Senhor, sobre nós a graça do perdão pelas vezes que praticamos outra justiça que não a Tua.Amem

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  4. A justiça evoca as boas relações entre os homens, mulheres e entre eles, elas e Deus. Neste sentido, Jesus estabelece princípios, que inspiraram os filhos de Deus vencer o mal com o bem e amar a quem não nos ama, amar o próprios inimigos. Daí sua recomendação:"se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da lei e dos fariseus, vós não entreis no Reino dos céus:" não se trata apenas da justiça de dar ao outro o que lhe é devido. Mas sim, do "Ser justo " ou seja da nossa relação com Deus, demonstrada no amor e respeito aos irmãos e irmãs, de acordo com os ensinamentos de Jesus.

    Precisamos saber ouvir a Deus como Elias, ser obedientes, saber correr até a entrada de Jazrael, saber qual é esta entrada, a entrada do coração de Deus será esta a entrada?

    Senhor, nos leva a te louvar, visita a nossa terra com as chuvas de bênçãos e nos faz a dar bons frutos
    Os frutos do amor e do perdão, amém

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  5. "Senhor Jesus, perdoa-nos pelas vezes que praticamos outra justiça que não a tua. Dá-nos teu amor e tua graça e viveremos de tua justiça que conduz ao teu Reino. Amém!"

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