A Palavra se faz vida

Um convite à compaixão

Mt 14,13-21

Por Pe. Geraldo Martins

Jesus é sempre movido pela compaixão. Não uma compaixão populista, sem incidência prática na vida dos necessitados. Ao contrário, uma compaixão que o leva a transformar a vida dos empobrecidos e excluídos. Vemos isso com clareza quando Jesus curar os doentes que vão ao seu encontro – “encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes” (Mt 14,14) - e multiplica os pães para saciar a fome da multidão.

A compaixão é a pedra de toque do agir cristão. Sem a capacidade de sentir a dor do outro, dificilmente agiremos em seu favor de forma a curar sua dor e matar sua fome. Quando vemos o outro a partir de nosso próprio lugar, tendo-nos como referência, e não do lugar dele, perdemos a capacidade de nos compadecer e, consequentemente, nossas ações não o libertarão de sua indigência e carência.

Jesus nos ensina que a compaixão leva também à partilha. Quando seus discípulos, preocupados com a multidão, o aconselham a despedi-la para que providencie seu próprio sustento, Jesus joga a responsabilidade para eles – “Eles não precisam ir embora. Deem-lhes vocês mesmos de comer!” (Mt 14,16). Uma lição para nós diante de tantos que vêm a nós e nos pedem alívio de sua pobreza e necessidade. Mais que uma lição, um desafio! E quantos fugimos dele...

Esse compromisso passa também pela defesa de políticas públicas que respondam aos mais necessitados. Assim, é interessante ver que muitos vão às ruas para defender bandeiras de causas duvidosas e sem nenhuma relevância na vida dos milhões de empobrecidos, mas não são capazes de empunhar a bandeira do combate a uma economia que alimenta ainda mais os já saciados, passando ao largo dos pobres e miseráveis.

São palavras do Papa Francisco: “Os seres humanos e a natureza não devem estar ao serviço do dinheiro. Digamos NÃO a uma economia de exclusão e desigualdade, onde o dinheiro reina em vez de servir. Esta economia mata. Esta economia exclui. Esta economia destrói a Mãe Terra".

E continua: "A economia não deveria ser um mecanismo de acumulação, mas a condigna administração da casa comum. Isto implica cuidar zelosamente da casa e distribuir adequadamente os bens entre todos. A sua finalidade não é unicamente garantir o alimento ou um 'decoroso sustento'. Não é sequer, embora fosse já um grande passo, garantir o acesso aos ‘3 T’ pelos quais combateis. Uma economia verdadeiramente comunitária – poder-se-ia dizer, uma economia de inspiração cristã – deve garantir aos povos dignidade, 'prosperidade e civilização em seus múltiplos aspectos'” (2º Encontro Mundial com os Movimentos Populares – 9.7.2015 – Santa Cruz de la Sierra).

Ó Cristo, dá-nos participar de tua compaixão a fim de que saibamos partilhar com nossos irmãos e irmãs saciando sua fome e curando seus sofrimentos. Amém! 

Comentários

  1. Daí,-lhe vós mesmo de comer,que o milagre vai acontecer.Jesus foi sempre de compaixão, sabendo curar os seus de qualquer tipo de fome e discriminação.

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  2. Quando temos coragem de repetir nada falta para nós nem para os outros, mas enquanto existir egoísmo haverá fome, choro e dor entre nós.

    Na leitura de hoje veremos
    Que todo aquele que recebeu de Deus uma missão, está pronto a anunciar com firmeza e amor para levar o povo à conversão e ser fiel à sua vocação.

    Senhor, ensina-nos a fazer a sua vontade, nos afasta do caminho da mentira, nos ajuda a ter sempre em nosso labios a vossa verdade.
    Nos ajuda a saber compartilhar, amém

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  3. A glória de Deus é o homem realizado e feliz, por isso, Jesus hoje nos orienta a nos assentarmos com as pessoas que estão necessitadas e pedir ao Pai que providencie tudo de que estão precisando. Seremos então instrumentos de Deus na partilha e teremos saciado também a nossa fome de felicidade.

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  4. Jesus ajuda nos a ter compaixão dos nossos irmãos!! Amém ..

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