A Palavra se faz vida

Multiplicar os bens de Deus

Mt 25,14-30

Por Pe. Geraldo Martins

O talento era uma moeda romana antiga e de muito valor. Por causa dessa parábola, talento passou a significar, no uso comum, um dom especial que a pessoa possui e que deve ser multiplicado. Observemos, no entanto, que, na parábola, o homem que viaja confia os próprios bens aos empregados. Assim, estes se tornam responsáveis pelos dons do patrão.

Na parábola, o patrão é figura de Jesus Cristo, os empregados são os discípulos e os talentos são a riqueza que Deus nos deixou por meio de seu filho “a sua Palavra, depositada no Santo Evangelho; o Batismo, que nos renova no Espírito Santo; a oração do Pai-Nosso que elevamos a Deus como filhos unidos no Filho; o seu perdão, que Ele ordenou levar a todos; o sacramento do seu Corpo imolado e do seu Sangue derramado. Em síntese: o Reino de Deus, que é Ele mesmo, presente e vivo no meio de nós” (Bento XVI, 16.11.2008).

Esses bens do Senhor foram confiados a nós não para que os guardemos, mas para que os multipliquemos. Quem, com medo, esconde os bens do Senhor, torna-se “servo inútil” que se exclui de participar da alegria de seu Senhor (cf. Mt 25,30). “O medo dos riscos do amor bloqueia-nos! Jesus não nos pede que conservemos a sua graça num cofre! Jesus não nos pede isto, mas deseja que a utilizemos em vantagem do próximo. Todos os bens que recebemos devem ser transmitidos aos outros, porque só assim crescem” (Francisco, 16.11.2014).

Quanto mais compreendermos Deus como um Pai amoroso e misericordioso, tanto mais confiaremos em trabalhar para que seus dons a nós confiados – a fé, a Palavra, os sacramentos, o amor, o perdão – sejam multiplicados e cheguem a todos os corações. Não deixemos que a preguiça e o medo de Deus nos levem a enterrar os seus bens ao invés de multiplicá-los como é dever de quem ama e se sente amado por Deus. Garantiremos, dessa forma, nossa participação na alegria do Senhor (cf. Mt 25,21).

Fazemos, hoje, memória dos 16 anos da Páscoa do Servo de Deus, Dom Luciano Mendes, exemplo de quem multiplicou os dons recebidos de Deus trilhando o caminho do serviço, da pobreza e da profecia. Peçamos sua intercessão a fim de que também nós saibamos fazer os dons de Deus renderem segundo sua vontade.

Ó Pai, não permitas que, por medo ou negligência, enterremos os dons que nos deste. Faz-nos diligentes a fim de que, colocando o que recebemos de ti a serviço de nossos irmãos e irmãs, façamos render e multiplicar o que nos deste. Amém!

Comentários

  1. "Ó Pai, não permitas que, por medo ou negligência, enterremos os dons que nos deste". 💗

    ResponderExcluir

  2. O senhor rico é Jesus que, antes de deixar o mundo para participar da glória eterna, nos deixou seus “bens”, que são seus ensinamentos. Agora cabe a cada um fazer com que esses “bens” sejam multiplicados, com suas ações e seu modo de agir no mundo.

    ResponderExcluir
  3. Somos chamados a colocar os dons que devemos em prática, sem medo e sem acomodação!

    ResponderExcluir
  4. Senhor ajuda me a colocar meus talentos recebido de te em prática!! Amém ..

    ResponderExcluir

  5. Senhor, nos ajuda a ser servo bom e fiel, dai-nos disposição para servir-lo com os talentos que nos confiou.
    Nos ajuda a colocar a disposição com alegria a graça que recebemos de Deus que nos é oferecido até hoje, nos ajuda a não deixar para amanhã porque pode tarde, a nos espelhar, a exemplo de Dom Luciano no que posso te ajudar.

    Na leitura de hoje nas cartas de São Paulo aos Coríntios
    Deus nos chama o que o mundo considera estúpido para confundir os sábios , Deus confundi o forte chamado o fraco, confundir os que se sente mais importantes que o outro. E assim aprendemos que ninguém se glorie diante de Deus.

    Senhor, nos ajuda a nos sentir felizes por ter sido escolhido por sua herança, obrigada por pousar seu olhar sobre nós.
    Senhor, nos liberta de todo o medo que nos leva a enterrar os nossos talentos, amém

    ResponderExcluir

Postar um comentário