A Palavra se faz vida

A inclusão dos marginalizados

Lc 6,6-11

Por Pe. Geraldo Martins

Antes de curar um homem que tinha a mão direita paralisada (Lc 6,6), num sábado, na sinagoga, Jesus faz dois gestos extremamente intrigantes. O primeiro é dirigido ao homem a quem Jesus manda ficar de pé, no meio. Aqui Jesus revela a que veio: tirar os pobres, doentes, sofredores da situação marginal na qual se encontram. Estes são convidados a sair da margem, da exclusão, da invisibilidade e a se colocarem no centro para serem vistos e reconhecidos por todos.

O segundo gesto dirige-se, especialmente, aos doutores da lei e fariseus, mais preocupados com o que Jesus fará em dia de sábado do que com a exclusão em que vive aquele homem. A esses dois grupos Jesus indaga se no sábado é permitido salvar uma vida ou destruí-la (Lc 6,9). Com essa pergunta Jesus desmascara a hipocrisia dos doutores da lei e dos fariseus de ontem e de hoje que observam rigorosamente a lei sem a devida preocupação se sua aplicação favorece à vida ou à morte, à inclusão ou à exclusão.

Ao homem da mão paralisada, Jesus diz uma segunda palavra: “estenda a mão” (Lc 6,10). Ele obedece e ela fica curada. Aqui também há um detalhe interessante que é a obediência daquele que é curado. Essa obediência vem de sua fé no poder de Jesus e no seu desejo de curá-lo. E nós, obedecemos à palavra de Jesus?

Esse evangelho nos questiona se temos empregado todos os nossos esforços para trazer para o meio os que vivem marginalizados por causa da miséria, do preconceito e da repressão. Interroga-nos como nos posicionamos diante dos excluídos de seu direito à terra, ao trabalho e à moradia digna. Impele-nos a exigir participação nos destinos do país cuja independência, apesar de bicentenária, ainda não chegou para milhões de empobrecidos que vivem a depender de políticas públicas para viver com dignidade.

Senhor Jesus, mostra-nos os irmãos e irmãs que estão excluídos/as e dá-nos tua coragem e compaixão para irmos ao seu encontro, trazê-los para o meio e retirá-los de sua exclusão. Faz-nos corajosos e audaciosos para promover e defender a vida dos que a têm ameaçada por tantos projetos de morte presentes em nossa sociedade. Amém. 

Comentários

  1. "Peçamos ao Senhor que nos dê coragem e audácia para promover e defender a vida dos que a têm ameaçada por tantos projetos de morte presentes em nossa sociedade."

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  2. A lei foi feita para o homem e não ao homem para o sábado.Ensina- me Senhor, a trazer as pessoas marginalizadas sempre para o centro.Que eu veja em cada uma a presença de Cristo que salva, cura e liberta.Amem!

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  3. O pecado nos deforma e exclui do convívio das pessoas, por isso, Jesus quer nos tirar do anonimato, e nos colocar no meio para que possamos agir. Somos curados do nosso pecado quando damos o passo para ficar perto de Jesus, bem à vista Dele, usufruindo da sua misericórdia. As nossas mãos são instrumentos de ação.

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  4. Diante da necessidade daquele homem, Jesus o convida a participar do Reino, chamado-o para "o meio" e, curando-o, devolve-lhe sua dignidade de filho de Deus.

    Na leitura das cartas de São Paulo aos Coríntios. A comunidade, para seguir o Cristo de verdade, deve romper-se com o inchaço o dorgulho da incoerência que possa existir em seu meio e torna-se verdadeiramente santa.

    Senhor, nos a guia verdadeiramente com a vossa justiça, Senhor o mau não pode morar conosco: ó Senhor destruis o mentiroso, abdominais o sanguinário, o perverso e enganador. Faz-nos corajoso a defender a vida verdadeiramente. Amém

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  5. Senhor.
    "Faz-nos corajosos e audaciosos para promover e defender a vida dos que a têm ameaçada por tantos projetos de morte presentes em nossa sociedade. Amém."🙏

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