A Palavra se faz vida

Quem entrará no Reino? 

Mt 7,21.24-27

Por Pe. Geraldo Martins

Esta passagem de Mateus refere-se ao final do longo Sermão da Montanha em que Jesus aponta para seus discípulos o caminho do Reino. Aqui, Ele vai explicitar que não basta invocar o nome do Senhor para provar a própria fé e garantir a participação no Reino. Será necessário, antes, praticar a Lei do Senhor, cumprindo a vontade do Pai.

A comparação usada por Jesus para identificar quem pratica e quem não pratica a vontade do Pai – construir a casa sobre a rocha ou sobre a areia – deixa claro que o fundamento de nossa vida é a Palavra revelada por Ele. Assim, somos exortados a viver as bem-aventuranças, a ser sal da terra e luz do mundo, a amar o inimigo, a praticar a oração, o jejum e a esmola, a perdoar e a tantas outras práticas que nos identificam como discípulos e discípulas de Jesus.

Há muitos que nos identificamos como bons ouvintes da Palavra de Jesus. Contudo, não nos deixamos moldar e transformar por ela. Usamos uma espécie de filtro para “separar” o que nos agrada e o que não nos agrada na Palavra de Deus, ficando apenas com aquilo que não exige sacrifícios, renúncias, conversão, como se isso fosse possível. Nesse caso, provamos nossa insensatez, construindo a casa de nossa vida sobre a areia de nossa presunção, de nossa soberba e de nossa negligência.

Construir a casa sobre a rocha, que é Cristo, significa dispor-se a praticar seus ensinamentos na radicalidade que lhes é própria, sem subterfúgios ou desculpas. É comprometer-se com as causas do Reino e fazer valer a fé que nos move e identifica. Lembremo-nos: “o verbalismo religioso, individual, comunitário ou litúrgico, torna-se piedosa ilusão, se não se concretiza numa vida operosa e comprometida” (Missal Cotidiano).

Ó Cristo, ilumina-nos a fim de que nos tornemos sempre mais praticantes de tua Palavra e, assim, participarmos, um dia, das alegrias do Reino que inauguraste no meio de nós.

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Hoje é dia de São Carlos de Foucauld (1858-1916). Rezemos a Oração do Abonado que ele escreveu:

Meu Pai,
a vós me abandono. Fazei de mim o que quiserdes!
O que de mim fizerdes, eu vos agradeço.

Estou pronto para tudo, aceito tudo,
contanto que a vossa vontade se faça em mim
e em todas as vossas criaturas.
Não quero outra coisa, meu Deus.
Entrego minha vida em vossas mãos,
eu vo-la dou, meu Deus, com todo o amor do meu coração
porque eu vos amo e porque é para mim
uma necessidade de amor dar-me,
entregar-me em vossas mãos sem medida,
com infinita confiança porque sois meu Pai.

Amém!



Comentários

  1. Dai-nos Senhor, a graça de conhecendo a vontade do Pai ter coragem para cumpri-la. Amém

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  2. Na leitura de hoje tirada do livro do profeta Isaías. O senhor deseja um povo que seja justo, cumpridor da palavra, mas sobretudo um povo simples e humilde. O justo pode sentir-se desamparado, mas sua segurança está no Senhor, e sua fidelidade o sustenta. Assim deve ser o povo de Deus.

    A vida não é uma folha seca que se esvai ao sabor do vento, portanto, deve ser construída e inspirada no evangelho de Jesus, rocha firme e inabalável. Dia por dia podemos construir nossa vida sobre a rocha firme que é Cristo, Aquele que vem por amor e para nos salvar, e Nele não há ruína alguma.

    Senhor, nos ilumine, nos ajude a praticar a tua palavra, que saibamos dar graças em todos os momentos, pois é eterno é a sua misericórdia, que saibamos buscar o refúgio no Senhor, amém

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  3. Senhor, ajuda - nós a sermos praticantes do seu Reino.Amem!

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