A Palavra se faz vida

A força do testemunho

Lc 7,24-30

Por Pe. Geraldo Martins

Continuamos refletindo sobre o precursor João Batista, figura de destaque nesta primeira etapa do advento. Sua grandeza é reconhecida pelo próprio Cristo que o identifica, não como “um caniço agitado pelo vento” (Lc 7,24), símbolo de quem é indeciso e fraco, nem como “um homem vestido de roupas finas” (Lc 7,25), próprio dos que se rendem ao sistema, mas como “alguém que é mais que um profeta” (Lc 7,26) por ser o mensageiro que veio preparar os caminhos do Senhor, isto é, do próprio Cristo (Lc 7,27). Por isso, dentre os nascidos de mulher, ninguém é maior do que ele (cf Lc 7,28).

João Batista sabe bem o seu lugar. Tem consciência de que é apenas mensageiro e não deixa que o confundam com a mensagem que ele anuncia com vigor e clareza: Jesus, o salvador. Seu testemunho causou reações diferentes. As multidões creram em sua pregação e pediram o batismo que ele oferecia. Os mestres da lei e fariseus, ao contrário, não deram ouvidos à sua voz e o rejeitaram. Ao rejeitá-lo, “tornaram inútil para si mesmos o projeto de Deus” (Lc 7,30). E nós, como nos comportamos diante dos verdadeiros mensageiros de Deus?

É importante observar que, no exercício de seu ministério, João não apontava para si mesmo, mas para Jesus que ele veio anunciar. Esta é a missão de quem evangeliza: chamar atenção, não para si, mas para aquele que salva e liberta, ou seja, Jesus Cristo. Quando as pessoas se apegam mais ao mensageiro que à mensagem, algo está errado. Não há dúvida de que o testemunho de quem prega é fundamental para a acolhida da mensagem. Contudo, o evangelizador não pode ser o centro; não pode querer ser maior do que Aquele que é anunciado. 

Senhor, concede-nos a graça de testemunhar com vigor a vinda de Jesus neste Natal. Faze que nosso agir leve as pessoas ao encontro daquele que vem para nos libertar e nos dar a vida nova que todos almejamos. Amém.