A Palavra se faz vida

O perdão que cura nossa paralisia

Mc 2,1-12

Por Pe. Geraldo Martins

“Teus pecados estão perdoados” (Mc 2,5). Esta parece ser a palavra chave deste texto de Marcos proclamado na liturgia de hoje. Ela nos revela a identidade de Jesus e responde à inquietação dos mestres da Lei: “ninguém pode perdoar pecados a não ser Deus” (Mc 2,7). A cura física era mais fácil e Jesus a realiza para provar aos mestres da Lei que podia também perdoar os pecados, cura mais exigente, porque implica a totalidade do ser humano.

O perdão é regenerador. Permite à pessoa retomar a vida totalmente restaurada. Por meio do perdão, a pessoa recobra a força para caminhar e, renovada, sente-se amada por Deus que a envolve com sua misericórdia e ternura. Essa é a cura de que todos precisamos. Para obtê-la, é necessária a fé que nos leva ao encontro de Jesus, verdadeiro médico da alma e do corpo. Tudo o mais é paliativo.

O perdão não é algo mágico, mas um processo que nos faz sentir a misericórdia de Deus cujo prazer é perdoar sempre. Se todos compreendessem bem a maravilha do perdão de Deus, não tardariam a buscá-lo. Na sua infinita bondade, Cristo transmitiu seu poder de perdoar à Igreja que o exerce, sobretudo, no sacramento da confissão.

Para os que ainda não compreendem ou não confiam totalmente no perdão de Deus e têm necessidade de voltar sempre ao passado, relembrando fatos já perdoados, vale a pena recordar o salmo 103(102), 8.10-12:

“O Senhor é compassivo e clemente,

lento para a ira e rico em misericórdia.

Não age conosco segundo nossos pecados,

e não nos retribui segundo nossas iniquidades.

Pois quanto o céu se eleva cima da terra,

assim prevalece sua misericórdia para aqueles que o temem.

Como o Oriente se distancia do Ocidente,

tanto ele afasta de nós nossos pecados”.

Ó Cristo, dá-nos o teu perdão, único remédio capaz de nos curar da paralisia provocada pelo pecado de não amar e servir. Amém!