A Palavra se faz vida

Por que buscamos Jesus?

Mc 3,7-12

Por Pe. Geraldo Martins

No evangelho de Marcos, é comum vermos Jesus cercado de multidões. No texto de hoje, o evangelista destaca que “muita gente da Galileia o seguia” (Mc 3,7). Certamente, eram pessoas que já tinham feito a experiência de Jesus, ouvindo seus ensinamentos, testemunhando sua ação libertadora e que, aos poucos, o reconheciam como o Messias, tornando-se, assim, seus discípulos.

Além desses, havia inúmeros outros que vinham de vários lugares “porque tinham ouvido falar de tudo o que Jesus fazia” (Mc 3,8). Eram os pobres, marcados pela dor da enfermidade e da exclusão. Buscavam a cura, a vida! Sabendo que Jesus “tinha curado muitas pessoas” (Mc 3,10), lançavam-se sobre ele com a esperança de também serem curados. E não se decepcionavam. Eram todos acolhidos e atendidos por Jesus. A variedade dos lugares de onde vinham as pessoas mostra que a salvação trazida por Jesus é universal e todos têm direito a ela.

Dois aspectos ainda chamam atenção neste texto de Marco. O primeiro é quando Jesus pede que lhe providenciem um pequeno barco para que não fosse comprimido pela multidão (cf Mc 3,9). Podemos imaginar, então, o empurra-empurra que todos faziam com o desejo de se aproximar de Jesus. Com seu gesto, Jesus cuida de preservar a vida de todos sem se afastar do povo a quem continua dirigindo sua palavra de vida e de esperança. O povo nunca cansa Jesus.

Em segundo lugar, é curioso que a afirmação de quem é Jesus venha dos espíritos maus que ele expulsa – “tu és o Filho de Deus!” (Mc 3,11), gritam eles. Repreendidos por Jesus, eles se calam. A preocupação de Jesus é que o povo não tenha uma compreensão errada de sua missão e de seu ministério. Jesus não é um curandeiro, um milagreiro. Ele é o salvador e libertador que veio para resgatar os que viviam na indignidade e na invisibilidade.

Diante desta cena narrada por Marcos, reflitamos: com quem nos identificamos nesta multidão: com os que seguem Jesus ou com os que o procuram por ter ouvido o que Ele faz? Com que intenção o procuramos: para nos tornar seus discípulos ou apenas para nos beneficiar da cura daquilo que nos incomoda?

Lembra o papa Francisco: “para Jesus não é suficiente que as pessoas o procurem, Ele quer que elas o conheçam; quer que a busca d’Ele e o encontro com Ele vão além da satisfação imediata das necessidades materiais. Jesus veio para nos trazer algo mais, para abrir a nossa existência a um horizonte mais vasto em relação às preocupações quotidianas do alimentar-se, do vestir-se, da carreira, e assim por diante” (5.8.2018). Nunca nos esqueçamos disso.

Ó Cristo, queremos ser teus discípulos e discípulas. Ensina-nos como podemos tocar em ti a fim de que, libertos de tudo que nos impede de viver com alegria, nos coloquemos a serviço de nossos irmãos e irmãs. Amém!

Comentários


  1. "Ó Cristo, queremos ser teus discípulos e discípulas. Ensina-nos como podemos tocar em ti a fim de que, libertos de tudo que nos impede de viver com alegria, nos coloquemos a serviço de nossos irmãos e irmãs. Amém!"

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  2. Na leitura de hoje tirada da Carta aos Hebreus. Cristo e levou a humanidade a uma verdadeira comunhão com Deus porque, por sua Encarnação, a natureza humana foi introduzida na intimidade Divina. Cristo novo eterno sacerdote é quem eleva a nossa humanidade purificando e levando-nos a comunhão com Deus.

    Jesus mostra a face paterna do pai, por isso deixa acercar-se da multidão, dos doentes curando e daqueles que esperam sua cura. Sem distinção de origem, Jesus acolhia a todos e a todas fazia o bem. Deixava nele as marcas do bem e do Reino, e fazia os renascer para a vida e para a esperança.

    Senhor, nos cura das decepção e nos ajuda a te tocar e como te tocar, nos ajuda a fazer com prazer a t vossa vontade, cura-nos das nossas feridas e então nos vos dizemos : Eis que vinhemos e nos ajude afzer a vossa vontade, e nos colocar a servir nossos irmãos e irmãs. Amém

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