A Palavra se faz vida

A compaixão que salva

Lc 16,19-31

Por Pe. Geraldo Martins

A justiça e a misericórdia de Deus são como os dois lados da mesma moeda. Muitos, porém, vivem como se a vida fosse fim em si mesma, ignorando a vida transcendente e que seremos julgados por nossas ações em relação aos nossos irmãos e irmãs. Jesus, ao contar essa história do rico sem nome com o pobre Lázaro, deixa claro o destino que espera um e outro após a morte. Tudo dependerá de como se vive aqui e o critério para o julgamento final é a relação com o outro. Quem age sem compaixão e sem misericórdia, na indiferença e no desprezo ao outro, não conhecerá a alegria eterna.

O rico sem nome é condenado não tanto por sua riqueza, mas pela falta de compaixão que o leva a ignorar o pobre e a viver indiferente à sua indigência e miséria. É como se Jesus disse que sua opulência e fartura tivessem sido construídas à custa do pobre por ele desprezado e descartado.  Deus, porém, vem em socorro deste e lhe faz justiça, levando-o para junto de Abraão enquanto o rico é enterrado, ou seja, excluído da felicidade celeste (cf. Lc 16,23).

A pobreza e a miséria que trazem dor e morte a milhões de irmãos e irmãs no mundo são fruto da avareza, da ganância humana. São construídas por um sistema econômico e político que descarta pessoas ao fazer do lucro seu bem maior. Ignora essa realidade quem banqueteia com o rico do evangelho e não abre a porta aos pobres que suplicam o pão a que têm direito, ou seja, os que se beneficiam dessa economia que torna os ricos cada vez mais ricos à custa dos pobres cada vez mais pobres, como denunciou São João Paulo II.

Lembremo-nos: “Lázaro representa bem o grito silencioso dos pobres de todos os tempos e a contradição de um mundo em que riquezas e recursos imensos se encontram nas mãos de poucos”. Diante da porta, Lázaro “é uma evocação viva ao rico para se recordar de Deus, mas o rico não aceita tal evocação. Portanto, será condenado não pelas suas riquezas, mas por ter sido incapaz de sentir compaixão por Lázaro e de socorrê-lo” (Papa Francisco, 18.05.2016). Qual o nosso lugar nessa história?

Senhor, dá-nos um coração misericordioso que nos faz reconhecer o outro como nosso irmão, especialmente, o empobrecido a quem devemos amar e servir. Amém!

Comentários

  1. "Senhor, dá-nos um coração misericordioso que nos faz reconhecer o outro como nosso irmão, especialmente, o empobrecido a quem devemos amar e servir. Amém!"

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  2. Na leitura de hoje tirada do livro do profeta Jeremias. Maldito o homem que confia no homem. Bendito o homem que confia no Senhor, que espera em Deus, o Senhor nos conhece pelos frutos e pelas obras.

    Jesus nos conta uma história que responde a duas perguntas. Riqueza é sinal de bondade recompensada por Deus? É na riqueza de agora que está felicidade? O rico da parábola só pensa em gozar a vida sem pensar nos outros, Lázaro chegou á felicidade apesar de sua, miséria
    é benção de Deus, e felicidade está na bondade e na justiça o egoísta é triste, pois não sabe da alegria que é gerada no repartir.

    Senhor, dai-nos um coração misericordioso, que confia em Deus, nos livra do caminho dos malvados, nos liberta dos zombadores, que o nosso coração seja plantado no coração de Deus para assim darmos bons frutos. Nos ensina a amar e servir os nossos irmãos empobrecido. Amém

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  3. Senhor, não nos deixe indiferentes diante das necessidades de nossos irmãos e irmãs. Amém

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  4. Quem age sem compaixão e sem misericórdia, na indiferença e no desprezo ao outro, não conhecerá a alegria eterna.Ajuda- me senhor a amar sem distinção!

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