Amados e perdoados
Por Pe. Geraldo Martins
É comum lermos essa parábola a partir de seus três
personagens a quem, no dizer do cardeal Ravasi, se aplica perfeitamente o
adjetivo ‘pródigo’. “O pai é ‘pródigo’ no seu amor misericordioso para com os
dois filhos. O filho mais novo é ‘pródigo’ na revolta e no pecado, enquanto o
filho mais velho é ‘pródigo’ no orgulho e na mesquinhez” (A Casa da
Misericórdia, p. 23).
Em momentos diferentes, o filho mais novo toma duas difíceis
decisões. A primeira foi a de sair de casa. O evangelista não narra as
motivações que o levaram a essa decisão. Diz apenas que pediu a herança que lhe
cabia e partiu. É como se considerasse que o pai tivesse morrido, afinal,
herança se reparte após a morte dos pais. A segunda decisão, certamente mais
difícil que a primeira, foi a de voltar para a casa. E só o fez no momento em
que, rebaixado à indignidade, tomou consciência do amor do pai, um amor
visceral que lhe dava a confiança de que não seria rejeitado.
A iniciativa do perdão é sempre de Deus. Ele é que vem ao
nosso encontro quando nos dispomos a encontrá-lo. Isso fica claro na parábola
que mostra o pai se antecipando no encontro com o filho e tomando a iniciativa
de abraçá-lo, beijá-lo e revesti-lo com as insígnias de filho: túnica, anel,
sandália. Não é um empregado que volta, mas o filho que “estava morto e tornou
a viver; estava perdido e foi encontrado” (Lc 15,24).
O filho mais velho, embora nunca tivesse saído de casa,
parece não ter conhecido nem experimentado o amor do pai. Por isso,
escandaliza-se com o perdão este que dá ao filho errante. Ao invés de se
alegrar com sua conversão, “fecha-se na frieza altiva e rude de apenas julgar”
(Ravasi). Faz lembrar os que condicionam o perdão a uma punição severa que
humilha e desumaniza.
No caminho cotidiano de nossa conversão, lembremo-nos de que
“o primeiro passo que Deus dá na nossa direção é de um amor
antecipado e incondicional. Deus ama primeiro. Deus não nos ama porque em nós
existe um motivo que suscita amor. Deus nos ama porque Ele próprio é amor,
e por sua natureza o amor tende a difundir-se, a doar-se” (Papa Francisco,
14/6/2017).
Senhor, não permitas que, por orgulho, medo ou presunção, retardemos nossa volta para casa quando dela nos extraviamos. Faz-nos buscar tua misericórdia toda vez que de ti nos afastarmos e, confiantes em teu amor que tudo perdoa, abraça-nos com tua ternura de mãe. Amém!
Na leitura de hoje tirada da profecia de Miqueias. A nossa salvação é a realização da Aliança da promessa de Deus é toda nossa esperança.
ResponderExcluirOs cobradores de impostos e outras pessoas eram desprezadas pelos fariseus e mestre da Lei, que os consideravam pecadores e não abençoados por Deus, a si mesmo, porém, fariseus escribas consideravam escolhidos puros amados pelo senhor. Jesus mostra-lhes que é diferente o modo de pensar do pai do céu acolhidos por ele e salvos são os humildes que o procuram e todos aqueles que saiba reconhecer os seus pecados e fraquezas e voltar atrás, voltar para casa do Pai .
Senhor, nos liberta do orgulho, medo ou presunção que nos afasta de Ti, nos ajude a te bendizer pois você nos perdoa de todos os nossos pecados. Obrigada pelo teu grande amor. Amém
Amém
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ResponderExcluirO amor de Deus é sempre misericordioso. Vai além de nossas misérias, pois muitas vezes somos filhos e filhas pródigos em vários momentos.So o amor de Jesus que pode perdoar - nós.
ResponderExcluir"Senhor, não permitas que, por orgulho, medo ou presunção, retardemos nossa volta para casa quando dela nos extraviamos."
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