A Palavra se faz vida

 Jesus, nossa segurança

Jo 6,16-21

Por Pe. Geraldo Martins

A imagem do mar, ora calmo, ora agitado, aponta para o mundo em que vivemos. Sua travessia é inevitável, mesmo que ao entardecer. Como os apóstolos, somos desafiados a subir na barca da vida e ir para a outra margem do mar. Quem fica na aparente segurança da praia corre o risco de não fazer a experiência do encontro com Cristo que caminha sobre o mar em direção a quem o atravessa, enfrentando sua agitação provocada pelo vento forte.

Tomados pelo medo, os apóstolos são encorajados pelo Cristo: “Sou eu. Não tenham medo” (Jo 6,20). Estas palavras lhes dão segurança e fazem nascer em seu coração o desejo de ter Jesus na barca. Para sua surpresa, no entanto, já estão no seu destino final. Jesus os conduziu o tempo todo e eles só perceberam isso no final, quando chegaram à outra margem.

O mar do mundo continua agitado por ondas fortes: guerras, pandemias, violência, desigualdade social. No Brasil, lembram nossos bispos, “a fome e a insegurança alimentar são um escândalo para o País, segundo maior exportador de alimentos no mundo, já castigado pela alta taxa de desemprego e informalidade”. Destacam ainda “os criminosos descuidos com a Terra, nossa Casa Comum”, bem como a “dilapidação dos ecossistemas, o desrespeito com os direitos dos povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos, a perseguição e criminalização de líderes socioambientais, a precarização das ações de combate aos crimes contra o meio ambiente e projetos parlamentares desastrosos contra a Casa Comum” (Mensagem da CNBB ao Povo brasileiro 2022).

A travessia tem sido longa, penosa, desgastante e, às vezes, desanimadora, impiedosa. A força e o ânimo vêm da consciência de que estamos no mesmo barco, “todos frágeis e desorientados, mas ao mesmo tempo importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos carecidos de mútuo encorajamento” (Papa Francisco, 27.3.20). Nessa hora, a fé é que deve nos mover. Deixemo-nos, então, conduzir pelas palavras de Jesus: “Sou eu. Não tenham medo”.

Ó Cristo, vem ao nosso encontro. Dá-nos força, coragem e fé para enfrentarmos as tempestades deste mar revolto em que nos encontramos e não permitas que naufraguemos, mas que cheguemos vitoriosos à outra margem. Amém!

Comentários

  1. O mar do mundo continua agitado por ondas fortes: projetos desastrosos contra a casa comum que assolam nosso planeta dividindo cada vez mais a humanidade dispensa.

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  2. Os discípulos viram Jesus caminhando sobre o mar e ficaram com medo. Jesus é leal em seu amor e pede para que eles não tenham medo, e os conduz a terra firme. Isso significa que Jesus nos conduz ao êxodo ou seja eles também precisam ser leais ao amor Dele. Olhemos para nós e avaliemos nossas atitudes de fé, de caridade e solidariedade para com os outros se ainda temos medo de testemunhar e viver nossa fé, precisamos fazer o mesmo êxodo dos discípulos.
    Somos Todos comprometidos com o Reino, Mas precisamos da presença do Ressuscitado, pois temos horas difíceis, como o dos Apóstolos em alto mar.

    Leitura dos Atos dos Apóstolos. A igreja, humana e divina, precisa dos dons concedidos por Deus às pessoas, como aos discípulos, para a pregação da Palavra e da vida de comunhão.

    Senhor, vem ao nosso encontro, dai-nos força, coragem e fé para enfrentar as tempestades e o mar revolto da nossa vida. Que venha Senhor sobre nós a vossa graça dai-nos esperança, de chegarmos a outra margem vitoriosos. Amém

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