O milagre da partilha
Por Pe. Geraldo Martins
O gesto de Jesus nos remete a Eliseu que recebe apenas vinte
pães de cevada e manda distribuí-los para o povo que estava com fome. A
distribuição foi feita e ainda sobrou pão (cf. 2Rs 4,42-44). Por seu gesto, Jesus
é visto como o profeta que Deus prometera enviar (Jo 6,14). É comparado, então,
a Moisés conforme a promessa de Deus em Deuteronômio: “vou suscitar para eles
um profeta como tu” (Dt 18,18), diz Deus a Moisés.
A multiplicação dos pães é também antecipação do banquete
eucarístico em torno do qual todos são convidados a sentar-se. Ele toma os pães
e os peixes, dá graças e os distribui à multidão que se organiza, sentando-se
na grama. O banquete oferecido por Jesus sacia a todos e dele ninguém sai com
fome.
Impossível não ler a multiplicação dos pães como apelo à
caridade que reclama solidariedade e partilha, único caminho que garante vida e
justiça aos milhões de pobres e excluídos que passam fome no Brasil e no mundo.
Se, porém, não formos capazes de, como Jesus, “levantar os olhos” e nos
perguntar “onde conseguir pão para que todos comam” (cf. Jo 6,5), a multidão
dos famintos continuará em sua invisibilidade e a morte deixará de ser ameaça
para se tornar certeza como, aliás, já é em muitos lugares.
É verdade que os gestos de solidariedade têm se multiplicado
nesse tempo da pandemia e de guerras. Na maioria das vezes, são pobres ajudando
os pobres. O fim da fome e da pobreza, no entanto, passa também por políticas
públicas que priorizem aqueles que o capitalismo explora sem dó nem piedade.
Enquanto formos governados por uma política que se rende à economia de mercado
que faz do lucro sua divindade, os pobres estarão com sua vida e dignidade
ameaçadas.
Lembremo-nos: “reconhecer nos pobres o direito de receber o
pão da vida significa comprometer-se com as exigências do amor e traduzir em
escala mundial a obra empreendida por Cristo” (Missal Cotidiano).
Senhor, desperta em nós a compaixão que nos faz solidários com os pobres e nos compromete com a luta pela erradicação da fome e da miséria no mundo. Amém!
Amém
ResponderExcluirAmém
ResponderExcluirA partilha é o verdadeiro milagre que sacia a fome da multidão!Jesus é o Pão vivo descido do céu.
ResponderExcluirAmém!
ResponderExcluirO senhor resgata-nos de todas as aflições e Sofrimentos, pelo seu amor e pela sua misericórdia. Seu desejo é que sejamos de fato um povo unido e forte, que o ama com toda sinceridade. Quer que habitamos junto dele. Desconcertam-nos em nossas atitudes, muitas vezes egoístas, a atitude de Jesus que teve compaixão da multidão, e a do menino, que oferece o pouco que tem dois peixes e cinco Pães. Verdadeiro povo de Deus é o que reparte o que tem e não o que diz amar, mas retém para si o que possui. Cristo, em suas atitudes de misericórdia e compaixão nos desconcerta em nossos gestos mesquinhos e egoístas. Desconcerta-nos a atitude do menino que tendo apenas dois peixes e cinco pães, os oferece à multidão. Os egoístas, porém, quanto mais possui mais desejo. Chegará dia em que dois dois peixes e cinco pães serão suficiente para saciar uma multidão, pois aprendemos todos a viver decididamente como irmãos e irmãs.
ResponderExcluirLeitura dos Atos dos Apóstolos. Para os que sabem em quem acreditar não há medo algum. Felizes, mesmo no sofrimento, os Apóstolo continuo a anunciar a Boa Nova da Vida em plenitude.
Senhor, desperta em nós a compaixão que nos faz solidários. Nós te pedimos apenas uma coisa habitar no seu santuário, santuário da luz, da salvação, da solidariedade, sem medo de anunciar a Boa Nova de ir a luta verdadeira contra a fome e a miséria no mundo. Amém
Assim seja! Amém!!
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