A Palavra se faz vida

O mal da traição

Jo 13,21-33.36-38

Por Pe. Geraldo Martins

No contexto da última ceia, Jesus revela que será traído. É o começo de sua paixão. Preocupados, os apóstolos querem saber quem dentre eles é o traidor. Jesus diz sem dizer: “É aquele a quem eu der o pedaço de pão passado no molho” (Jo 13,2). Judas é quem o recebe, mesmo assim, ninguém entende. O que teria acontecido se Jesus tivesse dito explicitamente que era Judas? Qual teria sido a reação dos discípulos?

Nesta cena, duas afirmações chamam atenção. A primeira diz que “satanás entrou em Judas” (Jo 13,27); a segunda, que “era noite”. Uma está ligada à outra. Satanás vive e comanda as trevas. Quem o possui, está na escuridão, vive sempre na noite. Não conhece a luz da verdade, do amor, da justiça, da paz. Por isso, não conhece a Jesus, não o aceita e se opõe ao seu Reino.

Ao anúncio da traição de Judas segue o da negação de que Pedro, que também é uma traição – “o galo não cantará antes que você me tenha negado três vezes” (Jo 13,38). Diferentes em suas motivações, ambas as traições são resultado da fraqueza humana. Quem de nós está imune a essa fraqueza?

A traição é uma realidade humana que machuca profundamente os corações. Causa dor e sofrimento que, muitas vezes, parecem não ter cura. Só quem já foi vítima de uma traição pode mensurar a dor que ela causa. Há traições que provocam rupturas irreparáveis. A de Judas levou Jesus à morte; a de Pedro, abandonou-o à própria sorte no momento mais difícil de sua vida.

Que consequências nossas traições provocam na comunidade de fé? Na família? Nas relações sociais? No cotidiano da vida? Até que ponto nos identificamos com Pedro no entusiasmo da fé e na fraqueza do testemunho? Ou somos mais Judas que Pedro?

Seja a Semana Santa oportunidade de reafirmar nosso amor e nossa fidelidade a Jesus. Não caia sobre nós a noite que nos rouba a esperança e a fé, impedindo-nos de gozar as alegrias da salvação que Cristo nos trouxe.

Senhor, faz-nos fiéis a teu Filho e às causas pelas quais deu a vida. Não permitas que traiamos o amor e a compaixão por meio dos quais no salvou. Amém!

Comentários

  1. Neste texto encontramos entre duas situações:,Judas e Pedro.Os dois traíram Jesus. Ambos arrependeram, um seguiu Jesus e outro se enforcou.Como encontramos diante da realidade atual?

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  2. Uma das mais tradicionais prática religiosa é a oferta de sacrifícios a Deus. Despojando-se de alguma coisa o ser humano que oferece reconhece que tudo vem de Deus . Quando aquilo que foi sacrifícado é
    consumido na refeição, então se estabelece uma comunhão entre Deus e os que estão à mesa, simbolizando participação na mesma vida. Jesus foi entregue em sacrifício e assim, misteriosamente, o Pai foi glorificado. um de vós me entregará... O Galo não cantará antes que me tenha negado três vezes.


    Leitura do profeta Isaías. O segundo canto do servo do Senhor fala do destino do Messias: "Eu te farei Luz das nações, para que a minha salvação chegue até os confins da terra".

    Senhor, faz-nos fiéis ao teu Filho e às causas pelas quais deu a vida. Nos ajude a anunciar a vossa justiça. Nos ajude a refugiar em Ti, que não sejamos envergonhados para sempre vem nos salvar, você é o nossa rocha protetora, nosso abrigo, nossa segurança, nossa justiça, nossa libertação das mãos dos ímpios. Pois é o nosso Senhor Deus e nossa esperança. Não nos permita que traiamos o seu amor do qual nos salvou . Amém

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