A Palavra se faz vida

Vencer o ódio do mundo

Jo 15,18-21

Por Pe. Geraldo Martins

Nem sempre aquele que ama recebe amor como resposta. Este é o alerta que Jesus faz aos discípulos ao dizer que devem amar uns aos outros, mas que do mundo receberão ódio. Mundo aqui é entendido como aqueles que se opõem ao Reino de Deus. São as forças do mal que se manifestam naqueles que resistem ao Cristo e o perseguem com o objetivo de destruí-lo.

Amados e escolhidos por Jesus, somos “apartados do mundo” por Ele a fim de viver e testemunhar o amor que tudo converte e transforma. Nesse caminho, no entanto, aparecerá a perseguição que causa dor e sofrimento. Nisso seguimos as pegadas do mestre – “Se perseguiram a mim, também perseguirão a vocês” (Jo 15,20).

Em que se manifesta, hoje, o ódio do mundo aos discípulos e discípulas de Jesus? Como se dá a perseguição? Em muitos lugares isso se dá de forma explícita, impedindo os cristãos de viverem sua fé, afrontando a liberdade religiosa, direito de toda pessoa humana.  

Em janeiro de 2021, o portal Vatican News publicou esta notícia, baseada no relatório anual da ONG Open Doors: “Há mais de 340 milhões de cristãos no mundo, cerca de um em cada oito, que sofrem um alto nível de perseguição e discriminação, um fenômeno que para 309 milhões desses fiéis se torna até ‘extremo’ em 50 países”.

A intolerância e o fundamentalismo também são manifestação desse ódio do mundo aos que seguem Jesus e o imitam no amor aos marginalizados e descartados pela sociedade. Disseminada de forma exponencial, especialmente, pelas redes sociais, essa prática leva a discriminação e preconceito, gera violência, provoca divisões.

Contudo, o lugar da missão é o mundo – “não te peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno” (Jo 17,15), dirá Jesus mais à frente. Assim, nenhum de nós deve se omitir no seu dever de anunciar Jesus Cristo por medo da perseguição e do sofrimento. Cristo está conosco e, da mesma forma que Ele venceu, também nós venceremos o ódio do mundo.

Senhor, reveste-me de teu amor a fim de que, por ele fortalecido, não tema o mundo que se opõe a teus discípulos, mas persevere em teu caminho de justiça e paz. Amém!

Comentários

  1. A linguagem que a natureza, criatura, homens e mulheres entendam é a do amor. Não basta tudo o que foi dito e escrito sobre Ele, pois continua a fascinar. Depois do inverno temos a certeza da primavera, e depois dessa terra temos a certeza de que o amor nos tornará por inteiro ponto assim seremos, de fato, realizados e felizes. Quando o evangelho for vida em nossa vida, teremos uma surpresa muito maior e muito mais contagiante, do que apenas saber que o amor nos realiza:" eu vos escolhi" nos falou Jesus. Como cristãos devemos estar no mundo sem ser do mundo. Jesus experimentou isso e alertou seus seguidores. Se pertencermos ao reino do Pai e do Filho, nossa conduta deve ser uma denúncia do mundo, de suas escrituras estruturas injustas, e isso provoca reação, ódio, perseguição. Assim, o Cristão autêntico continua e prolonga o Mistério de Cristo.

    Na leitura dos Atos dos Apóstolos. O espírito santo orientava Paulo e seus colaboradores sobre os lugares que deveriam ser missionados. Paulo inicia a sua segunda viagem missionária, durante a qual comunica aos cristãos as decisões tomadas no Concílio de Jerusalém, na força do Espírito de Jesus.

    Senhor, reveste-nos do teu amor, nos fortalece e nos ajude a temer o mundo, e com alegria te serviremos, com a certeza que somos o seu povo é o seu rebanho, e assim perseverar no seu caminho de justiça e paz. Amém

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  2. O lugar do cristão é o mundo que deve ser assumido com todas as consequências, sendo presença e testemunho do amor de Jesus.

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