A Palavra se faz vida

Como devemos nos comportar

Mt 7,6.12-14

Por Pe. Geraldo Martins

Próximo do fim do grande Sermão da Montanha, Jesus continua dando orientações práticas sobre como seus discípulos devem se comportar. Aqui Ele faz três advertências aperfeiçoando costumes antigos dos judeus e até mesmo de outros povos.

A primeira advertência – “não dar o que é sagrado aos cães e nem jogar pérolas aos porcos” (cf. Mt 7,6) - é uma referência aos alimentos oferecidos e santificados no Templo que não podiam ser consumidos por estranhos conforme Levítico 22,14. Significa que “não se deve propor uma doutrina preciosa e santa a pessoas incapazes de recebê-la bem e que poderiam fazer mau uso dela” (Bíblia de Jerusalém). Isso nos faz pensar em quantos procuram os sacramentos movidos muito mais por uma questão de tradição ou por uma satisfação social do que pela fé e pelo compromisso que nasce dos sacramentos recebidos.

Num segundo momento, Jesus retoma, na forma positiva, portanto, mais exigente, a famosa regra de ouro tão conhecida em seu tempo – “o que vocês quiserem que os outros lhes façam, façam vocês a eles” (Mt 7,12). Encontramos essa máxima em Tobias (4,15): “Não faça a ninguém o que não quer que lhe façam”. Princípio simples, claro, objetivo que deveria orientar todo nosso comportamento. Quem assim age, constrói relações harmoniosas e pacíficas, demonstra preocupação com o outro e respeito ao diferente e plural. Eis um excelente caminho para superar intolerâncias e discriminações.

Por fim, Jesus fala do caminho estreito como garantia de salvação, enquanto o largo leva à perdição (cf. Mt 7,13). Trata-se, na verdade, de discernir entre o caminho do bem e do mal. Esse ensinamento também se encontra no Antigo Testamento (cf. Dt 30,15-20; Pr 4,18-19; Eclo 15,17). Na liberdade, dom recebido de Deus, o ser humano deve escolher entre a vida e a morte, entre trilhar o caminho da santidade ou o da impiedade. O que conduz à vida e à santidade é sempre mais estreito e apertado. Tendendo sempre ao que é mais fácil, muitas vezes optamos pelo caminho errado.

Três perguntas que nascem desta Palavra: Que repercussões estas exortações de Jesus provocam em nosso interior? Qual a nossa disposição em acolher sua palavra e transformá-la em prática cotidiana? Comportamo-nos conforme seu ensinamento?

Senhor, envia-nos teu auxílio a fim de fazermos destes ensinamentos de teu Filho a razão de nosso viver. Tua graça nos torne capazes de valorizar sempre mais tua palavra, fazer ao outro o que queremos que nos faça e passar pela porta estreita que conduz ao teu Reino. Amém!

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