A Palavra se faz vida

Reconhecidos pelos frutos

Mt 7,15-20

Por Pe. Geraldo Martins

Há um ditado popular que diz: “quem vê cara, não vê coração”. É usado para dizer que nem todos são o que aparentam ser e que, para conhecer alguém, é necessário penetrar seu coração. Assim, é preciso ficar atento diante dos que vêm até nós para não nos deixarmos enganar por seus discursos e aparência. Não se trata de fazer julgamento de ninguém, mas tão somente de não devemos nos deixar guiar pela ingenuidade.

É isso que Jesus ensina com a advertência que faz neste texto de Mateus em relação ao cuidado que se deve ter com os falsos profetas, pois eles vêm a nós “vestidos com peles de ovelha, mas por dentro são lobos ferozes” (Mt 7,15). Quem são eles? Os que agem de forma incoerente, deixando-se conduzir pela hipocrisia. Dizem uma coisa e fazem outra. Pior que isso. Sem escrúpulos, são capazes de se aproveitar da boa fé das pessoas e as enganam a fim de obter benefícios para si mesmos.

Como distinguir um profeta verdadeiro do falso? Observando suas obras – “Vós os conhecereis pelos seus frutos” (Mt 7,16). Equivale dizer que são as obras que identificam os que se apresentam como mensageiros do Senhor.

Creio que nos ajuda nesse discernimento, tanto para reconhecer os falsos profetas quanto para não sermos um deles, a palavra de Santo Antônio:

“A palavra é viva quando são as obras que falam. Cessem, portanto, os discursos e falem as obras. Estamos saturados de palavras, mas vazios de obras. Por este motivo o Senhor nos amaldiçoa, como amaldiçoou a figueira em que não encontrara frutos, mas apenas folhas. Diz São Gregório: ‘Há uma lei para o pregador: que faça o que prega’. Em vão pregará o conhecimento da lei quem destrói a doutrina por suas obras”.

Espirito Santo, Deus-amor, dá-nos o dom do discernimento para jamais nos deixarmos enganar pelos falsos profetas. Guiados por tua luz saibamos reconhecer os frutos daqueles que, verdadeiramente, anunciam e se comprometem com o Reino de Deus entre nós. Amém!