A Palavra se faz vida

A autoridade de Jesus

Mc 11,27-33

Por Pe. Geraldo Martins

Indignados com Jesus pelo que fizera no Templo (Mc 11,15-17), os sumos sacerdotes e doutores da lei procuram uma forma de desacreditá-lo e, assim, terem um motivo para matá-lo, conforme decisão que já haviam tomado (cf. Mc 11,18). A pergunta - “com que autoridade fazes essas coisas?” (Mc 11,28) – revela não só a ignorância das autoridades judaicas sobre quem é Jesus, mas, sobretudo, sua indisposição em abrir-se à verdade e sua estratégia para eliminá-Lo.

Diante da astúcia destas lideranças, Jesus age com sabedoria e as coloca em situação embaraçosa. Responde à sua pergunta com outra pergunta cuja resposta as comprometeria – “o batismo de João era do céu ou era dos homens?” (Mc 11,30). Os sumos sacerdotes e doutores da lei ficam sem saída, uma vez que qualquer resposta que dessem revelaria sua ignorância também sobre o Batista que, como profeta, já havia apontado Jesus como o Messias.

O anúncio do Reino não comporta ingenuidade. Haverá sempre quem se oponha às suas verdades e que agirão astutamente para barrá-lo toda vez que seus interesses forem afetados. É preciso estar atentos e responder a essas maldades de forma não violenta, mas com inteligência de maneira a desmascarar os que enganam o povo.

Não nos iludamos, em nossas comunidades encontramos muitos que se parecem com essas autoridades. Para justificar seu descompromisso com o Evangelho, procuram subterfúgios. Não querem respostas às suas supostas dúvidas, mas razões para justificar sua posição contrária às exigências do Evangelho. “Para quem é mal disposto, toda resposta de esclarecimento é inútil” (Missal cotidiano). Tudo dependerá da disposição interior com que cada um se apresenta diante do Cristo.

Ó Pai, quebra toda dureza e resistência de nosso coração e ajuda-nos a acolher, na fé e na alegria, a autoridade de teu Filho cujo amor nos salva e liberta. Amém!