A Palavra se faz vida

Converter-se é preciso

Mt 11,20-24

Por Pe. Geraldo Martins

A graça de Deus não pode ser recebida em vão e, um dia, seremos cobrados pelo dom do amor gratuito com que Deus nos presenteou. É o que nos diz o texto de Mateus proclamado na liturgia de hoje. Ele nos apresenta Jesus cobrando das cidades de Corazim, Betsaida e Cafarnaum por não terem correspondido ao bem que receberam.

Nestas cidades, Jesus havia realizado muitos milagres, mas os agraciados não corresponderam à graça que receberam, não produziram os esperados frutos de conversão. Por isso, foram duramente censuradas por Jesus. Através da expressão “ai de ti”, Jesus demonstra sua reprovação ao comportamento de quem Ele esperava uma resposta coerente ao bem que recebera. São palavras de ameaça que saem da boca de Jesus para alertar a quem desdenhou de sua ação generosa.

Olhemos para nós e observemos o quanto recebemos da generosidade de Deus. Os frutos que Jesus espera de nós são uma conversão diária que nos leve a agir de acordo com sua vontade e com seu Evangelho. Penso, por exemplo, em quantos buscam os sacramentos da Igreja e, no entanto, vivem de forma tão contrária ao que eles exigem de quem os recebe. De todos serão cobrados frutos pelo dom que receberam e ai dos que não os tiverem produzido...

É preciso ficarmos atentos a essa verdade: "o que conta não é ser membro da Igreja e formar parte do povo de Deus, mas viver como membros da Igreja, como filhos de Deus. De outra sorte não se evitará a condenação, à semelhança das cidades antigas" (Missal Cotidiano). Surge daí a pergunta que deve nos inquietar a todos: a fé que afirmamos ter leva-nos a uma prática que testemunhe nossa conversão a Deus e ao seu Reino?

Ó Pai, por meio de teu Filho, deste-nos tantos dons e graças sem nenhum merecimento de nossa parte. Faze que produzamos frutos de conversão e de vida nova a fim de participarmos um dia do teu Reino celeste. Amém!