A Palavra se faz vida

Esperar sempre em Deus

Sant’Ana e São Joaquim

Mt 13,16-17

Por Pe. Geraldo Martins

Estes dois versículos do capítulo 13 de São Mateus, proclamados na liturgia de hoje em que celebramos a memória dos santos Ana e Joaquim, avós de Jesus, estão no contexto da parábola do semeador e fazem parte da resposta que Jesus dá aos discípulos que lhe perguntaram por que ele falava em parábolas.

Jesus proclama bem aventurados os discípulos por verem e ouvirem “os mistérios do Reino dos Céus” ao contrário de outros que desejaram o mesmo e não o conseguiram. Uma das razões para isso é a dureza de seu coração, como lembra o próprio Jesus, citando Isaías: “o coração deste povo se tornou insensível”, deixando-se guiar pela incredulidade (cf Mt 13,15).

A história de Sant’Ana e São Joaquim permite-nos dizer que a eles se aplicam estes dois versículos de forma particular. Deles temos conhecimento através do chamado “Protoevangelho de Tiago”, um evangelho apócrifo do século II.  Segundo esse texto, os dois eram estéreis, passando humilhações por causa disso. Que caminho seguiram, então? Refugiaram-se em Deus e confiaram-lhe sua vida, suplicando a graça da fertilidade.

Lembra o papa Francisco que, por causa de sua esterilidade, São Joaquim foi afastado da sua comunidade. “A sua vida – como a de Ana, sua esposa – era considerada inútil. Mas o Senhor enviou-lhe um anjo para consolá-lo. Estava ele, triste, fora das portas da cidade, quando lhe apareceu um Enviado do Senhor e lhe disse: ‘Joaquim, Joaquim! O Senhor atendeu a tua oração insistente’” (Mensagem para o Dia Mundial dos Avós e Idosos – 2021).

Assim, Joaquim e Ana revelam que quem se abandona confiantemente ao Senhor jamais se decepciona. Antecipadamente ouviram e viram os mistérios do Reino na graça excepcional que Deus lhes concedeu ao se tornarem os pais da mãe de Jesus.

Senhor, a exemplo de Sant’Ana e São Joaquim, dá-nos esperar sempre em Ti a fim de que nossos olhos vejam e nossos ouvidos escutem as maravilhas de teu Reino. Amém!