A Palavra se faz vida

Sacrificar tudo pelo Reino

Mt 13,44-46

Por Pe. Geraldo Martins

Estas duas parábolas contadas por Jesus mostram que o Reino de Deus, em primeiro lugar, é um bem de grande valor. Em segundo lugar, indicam que ele é encontrado, ora ocasionalmente, sem ser procurado (cf. Mt 13,44), ora quando é procurado “como um comprador que procura pérolas preciosas”  (Mt 13,45). A atitude de quem o encontra, no entanto, independente da forma, é a mesma: dispor-se de tudo o que possui para ficar unicamente com ele.

O Reino de Deus é o único bem que nos satisfaz e realiza. Por ele vale a pena sacrificar todos os bens. Feito isso, o sentimento é de alegria por possuir um tesouro a que nada se compara nesta terra. Quanto mais somos apegados aos bens que temos, mais nos distanciamos do Reino e, portanto, da verdadeira alegria que dá sentido à vida.

 “Os gestos daquele homem e do comerciante que procuram, privando-se dos seus bens, para comprar realidades mais preciosas, são gestos decisivos, são gestos radicais, diria apenas de ida, não de ida e volta: são gestos de ida. E, além disso, feitos com alegria, porque ambos encontraram o tesouro. Somos chamados a assumir a atitude destas duas personagens evangélicas, tornando-nos também nós saudáveis buscadores inquietos do Reino dos Céus. Trata-se de abandonar o pesado fardo das nossas certezas mundanas que nos impedem de procurar e construir o Reino: a luxúria da posse, a sede de lucro e de poder, pensando apenas em nós próprios” (Papa Francisco, 26.07.20).

Reconhecer ou descobrir os valores do Reino e optar por eles é, portanto, uma graça só alcançável por quem se dispõe a aderir verdadeiramente a Jesus Cristo. Implica conversão diária, decisão radical e disposição total para seguir os passos de Jesus. Para nos enriquecer dos bens superiores, temos que nos desfazer dos bens inferiores (cf. Missal Cotidiano). Se não formos capazes de renunciar ao que é transitório, não alcançaremos o que é eterno.

Senhor, dá-nos o discernimento a fim de reconhecermos o verdadeiro tesouro pelo qual vale a pena sacrificar tudo o que temos, desfazendo-nos do que é passageiro para nos enriquecer com o que é eterno. Amém!