A Palavra se faz vida

Mártir da Verdade

Mc 6,17-29

Por Pe. Geraldo Martins

O martírio de João Batista, celebrado hoje, nos faz pensar na grandeza desse profeta reconhecido pelo próprio Jesus como o maior dentre os nascidos de mulher (Jo 7,28). A grandeza de João Batista está na sua fidelidade à missão, na coragem com que defendeu a justiça e a verdade, no testemunho de pobreza e simplicidade que marcaram sua vida.

A decisão de matar João Batista vem do palácio, símbolo do poder que se opõe à verdade e à justiça. Herodes, covardemente, prefere ceder às vozes do orgulho e da vaidade, que ecoam em seu interior, a seguir sua consciência que lhe revelava a verdade sobre o profeta que o desmascarara em relação ao seu mau procedimento. Ao ordenar a degola do Batista a quem considerava “justo e santo” ao ponto de escutá-lo com prazer (Mc 6,20), Herodes age de forma a agradar os que o sustentam no poder.

São muitas as situações que, hoje, reclamam de nós a coragem profética de João Batista, especialmente, em relação a lideranças que usam seu poder - político, econômico, religioso - em desfavor dos pobres e excluídos. A crescente desigualdade social que divide o mundo entre pobres e ricos é fruto de decisões que vêm dos palácios cujos mandatários estão mais preocupados em se manter no poder do que servir ao povo a partir dos mais necessitados.

Inspiremo-nos em São João Batista para viver a vocação profética que herdamos de nosso batismo. A justiça e a verdade sejam nossa bandeira de luta, sinal de nosso compromisso com o Reino. Façamos memória dos mártires de ontem e de hoje que, à semelhança de João Batista, não hesitaram em derramar o próprio sangue em testemunho de sua fé no Crucificado-Ressuscitado que nos confiou a missão de mostrar seu Reino presente no mundo.

Ensina São Beda Venerável: “Não há que duvidar, se São João suportou o cárcere e as cadeias, foi por nosso Redentor, de quem dera testemunho como precursor. Também por ele deu a vida. O perseguidor não lhe disse que negasse a Cristo, mas que calasse a verdade. No entanto morreu por Cristo. Porque Cristo mesmo disse: Eu sou a verdade (Jo 14,6); por conseguinte, morreu por Cristo, já que derramou o sangue pela verdade”.

A Deus nossa prece: Ó Pai, cumulai-nos da coragem de São João Batista e fazei-nos profetas e profetizas destemidos no enfrentamento das forças do mal que tentam impedir que vosso projeto de amor e de fraternidade se estabeleça entre nós. Ajudai-nos a desmascarar todos aqueles que usam o poder em favor de si mesmos às custas da opressão e do sofrimento de vossos filhos e filhas. Amém!

Comentários

  1. Na leitura do livro do profeta Jeremias. A fé tira de nós todo medo de dizer a verdade e nos transforma em rocha firme, diante dos que detêm o poder e parecem mais fortes.

    Na história de nosso mundo, todos os que dizem a verdade e defendem a vida são perseguidos, caluniados, injustiçados e martirizados. São João Batista selou sua missão de precursor com martírio cruel e ambicioso decidido pelo malvado Herodes. Ele, que resultou de alegria no Senhor, tornou-se humilde diante do Sol de Justiça: "agora minha alegria se completou, ele deve crescer e eu diminuir". A escola de João Devemos tudo pertencer, Pois é dando a vida que a ganhamos, é na humildade que o Reino se torna fecundo entre nós. Os Mártires de ontem e de hoje não morrerem em vão. João morreu por fidelidade ao seu testemunho, antecipando o que aconteceria com Jesus, que não foi ouvido, mas ridicularizado e ultrajado pela autoridade religiosa e civil.

    Senhor, dai-nos coragem e nos faz profeta e profetiza como João Batista, a coragem de anunciar e denunciar com fidelidade a missão de justiça e da verdade, nos ajude a anunciar com nossa boca a justiça, escuta a nossa voz e salva-nos que nossa boca anuncia todos os dias a justiça e a verdade tudo aquilo que nos ensinou desde da nossa juventude. Amém

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  2. Senhor reveste-me da coragem de João Batista que foi profeta anunciando a Salvação.

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