A Palavra se faz vida

Realeza que ama e serve

Lc 1,26-38

Por Pe. Geraldo Martins

Celebramos, hoje, a memória litúrgica de Maria, invocada como “Rainha”. Esta festa foi instituída pelo Papa Pio XII, em 1954, e era celebrada em 31 de maio. Posteriormente, com a reforma litúrgica, São Paulo VI a transferiu para 22 de agosto a fim de ressaltar sua ligação com a solenidade da Assunção de Maria, celebrada em 15 de agosto.

A realeza de Maria, ensina Papa Pio XII, deriva da realeza de seu Filho Jesus. São dele estas palavras na Encíclica que cria esta festa: “Baseando-se nas palavras do arcanjo Gabriel, que predisse o reino eterno do Filho de Maria, e nas de Isabel, que se inclinou diante dela e a saudou como ‘Mãe do meu Senhor’, compreende-se que já os antigos escritores eclesiásticos chamassem a Maria ‘mãe do Rei’ e ‘Mãe do Senhor’, dando claramente a entender que da realeza do Filho derivara para a Mãe certa elevação e preeminência".

Ao falarmos da realeza de Maria devemos nos despir dos conceitos que comumente usamos ao falar de realeza com carregado sentido político. Sobre isso alertava Pio XII em novembro de 1954 ao dizer: “Ainda menos que a de seu Filho, a realeza de Maria não deve ser concebida em analogia com as realidades da vida política moderna. (...) A realeza de Maria é uma realidade sobrenatural, mas que, ao mesmo tempo, penetra no mais íntimo dos corações e os toca em sua essência profunda, naquilo que eles têm de espiritual e imortal” (Pio XII, 1.11.1954).

O Concílio Vaticano II nos ajuda a compreender o verdadeiro sentido da realeza de Maria ao afirmar que “Maria foi elevada à glória celeste e exaltada por Deus como Rainha do universo, para assim se conformar mais plenamente com o seu Filho” (LG 59). 

Como Maria exerce sua realeza? O evangelho proclamado nesta festa mostra isso com clareza quando a Virgem Maria se coloca como "serva do Senhor". Da mesma forma que Jesus é “um rei que serve os seus servidores”, Maria “é rainha ao serviço de Deus e da humanidade, é rainha do amor que vive o dom de si a Deus para entrar no desígnio da salvação do homem. Ao anjo, responde: Eis-me, sou a serva do Senhor (cf. Lc 1, 38), e no Magnificat canta: Deus considerou a humildade da sua serva (cf. Lc 1, 48). Ela auxilia-nos. É rainha precisamente amando-nos, ajudando-nos em todas as nossas necessidades; é a nossa irmã e serva humilde” (Bento XVI, Audiência Geral, 22.8.2012).

Maria, lembra o Papa Francisco, “não é uma Rainha distante, sentada num trono, mas a Mãe que abraça o Filho e com Ele todos nós, seus filhos. É uma Mãe verdadeira, com o rosto marcado, uma Mãe que sofre porque se preocupa pelos problemas da nossa vida”.

Ó Maria, nossa Mãe e Rainha, vela por nós seus filhos e filhas e ensina-nos a servir com alegria a teu Filho para que um dia participemos da alegria de seu Reino que começa no hoje de nossa história. Amém.

Atualizada às 10h13

Comentários

  1. Nosso destino é o céu, morada eterna de todos os que amam sinceramente a Deus e aos irmãos. Nossa senhora foi a primeira a realizar a promessa de Jesus: "comereis e bebereis
    à minha mesa no meu reino e sentar-vos-ei em tronos para julgar as doze tribos de Israel". Portanto, Maria também nos abriu as portas da eternidade.
    Para Maria o determinante é a palavra do senhor, é por isso ela se faz serva dele, pois Ele é Deus verdadeiro e único.

    Leitura do livro do profeta Isaías. A chegada da plenitude dos tempos, anunciada pelo profeta, faz nascer a esperança da Paz em nossos dias é também nossa esperança.

    Ó Maria Nossa Mãe e Rainha cuida de nós seus filhos e filhas e nos ensina a servir com alegria, e que com alegria um dia merecermos participar do Reino do seu Filho Jesus que começa no hoje no agora d nossa história. Louvando o nome do Senhor, Bendito o nome do Senhor, agora e por toda a eternidade, levanta à todos da poeira. Amém

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  2. Santa Maria Mãe de Deus rogai por nós seus filhos e filhas.

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