A Palavra se faz vida!

Prontidão na esperança

Lc 12,39-48

Por Pe. Geraldo Martins

Estar preparado! Esta atitude é própria de quem tem esperança e é disso que nos fala o evangelho proclamado na liturgia de hoje. Se acreditarmos, realmente, que Cristo virá ao nosso encontro, ficaremos de prontidão para recebê-Lo, mesmo sem saber a hora em que chegará. Nisso se manifestará nossa esperança e esta passa a dirigir nosso proceder. 

Ao responder à pergunta de Pedro – “Senhor, contas esta parábola para nós ou para todos?” – Jesus deixa claro que ninguém pode se descuidar do compromisso de estar preparado para a chegada do Senhor cuja hora ninguém sabe. As lideranças, de maneira especial, têm a responsabilidade de dar testemunho dessa prontidão, dessa esperança. E cada um de nós, ao seu modo, exerce algum tipo de liderança. 

Na história contada por Jesus vemos como são diferentes as atitudes dos que confiam e esperam o Senhor dos que já não acreditam em seu retorno. Os primeiros são bem-aventurados por estarem em prontidão, cumprindo seu dever, à espera do Senhor. Já os últimos, sem esperança, abusam do poder e, por sua atitude, receberão uma sentença condenatória, participando do “destino dos infiéis” (cf. Lc 12,46).

O alerta final de Jesus deveria nos fortalecer em nossa esperança e, ao mesmo tempo, nos estimular à prontidão: “A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido!” (Lc 12,48). Uma breve reflexão nos fará perceber que recebemos tanto de Deus...

Indaga-nos o Papa Francisco: "Eu acredito nesta esperança, que Ele virá? Tenho o coração aberto, para ouvir, quando ele bate à porta? O cristão é um homem ou uma mulher que sabe esperar por Jesus e por esta razão é um homem ou uma mulher de esperança. Em vez disso, o pagão - e muitas vezes nós cristãos nos comportamos como pagãos - esquece Jesus, pensa em si mesmo, em suas próprias coisas, não espera por Jesus" (21 de outubro de 2014).

Todos precisamos estar preparados para a chegada do Senhor cuja hora ninguém sabe. Quanto mais próximos do Senhor, maior nossa responsabilidade no testemunho da vigilância e da perseverança no cumprimento do serviço que o Senhor nos confia. Temos agido como cristãos, esperando por Jesus, ou como pagãos, esquecendo Jesus?

Ó Pai, nós te damos graças por tantos benefícios que nos concedes. Ajuda-nos a corresponder aos teus dons por uma vida de vigilância e perseverança no amor serviçal aos nossos irmãos e irmãs. Amém!