A Palavra se faz vida

Perder ou ganhar a vida

Lc17,26-37

Por Pe. Geraldo Martins

Discursando aos discípulos, Jesus faz um alerta: a vida terá um fim e haverá um encontro com Deus. Ninguém sabe o dia ou a hora em que isso acontecerá, por isso, é necessário estar sempre preparado. Os exemplos de Noé e Ló evocados por Jesus mostram isso (cf. Lc 17,27-29).

Só se salvarão aqueles cuja vida for vivida no temor do Senhor. Após a morte, ninguém poderá fazer mais nada por si mesmo. Por isso, urge viver a vida segundo os valores do Reino, ou seja, “perder a vida” na doação de si mesmo em favor do outro; “perder a vida” consumindo-se no serviço à justiça, na prática do amor, na luta pela paz, na defesa da vida, dos direitos humanos (cf. Lc 17,33). É assim que se ganha a vida e não na entrega aos prazeres efêmeros ou numa vida descompromissada com a felicidade do outro.

Há pessoas que vivem sua vida como se ela fosse um fim em si mesma. Não têm nenhuma preocupação com a vida futura, ou seja, com seu encontro definitivo com Deus. E, o mais importante, ninguém sabe o dia ou a hora em que será chamado para estar diante do Senhor e prestar contas de sua vida neste mundo (cf. Lc 17,37).

Devemos, então, estar preparados para este nosso encontro com Deus que “será de alegria ou de infinito desespero, conforme o sentido que cada um tiver dado à própria existência. Então, tantas conquistas realizadas à custa de sacrifícios e humilhações serão computadas como perda, tantas alegrias e prazeres a que havíamos renunciado serão considerados como lucro. Por isso Jesus exorta a tudo arriscar e dar, até a vida” (Missal Cotidiano).

Renova, Senhor, em nosso coração, o desejo de consumir nossa vida no serviço ao teu Reino. Dá-nos disposição para amar sem medida e, assim, nos preparar para nosso encontro contigo no Reino da glória. Amém