Maria, mãe pobre, identificada com os pobres

Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América Latina

Leituras:

Gl 4,4-7

Lc 1,39-47

(Acesse aqui) 

Por Pe. Geraldo Martins

Celebramos, hoje, a festa de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América Latina. Conta a história que sua devoção tem início em 1531 quando ela aparece ao indígena Juan Diego, em Tepeyac, próximo à capital do México, solicitando-lhe que fosse ao bispo local pedindo-lhe que construísse ali um templo em nome da Virgem. Juan Diego só foi atendido pelo bispo, que o desacreditou mais de uma vez, após um sinal enviado pela Virgem Maria.

Os textos bíblicos proclamados na festa de hoje remetem-nos à encarnação de Jesus Cristo. Na carta aos Gálatas, diz o apóstolo: “Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei” (Gl 4,4). Já no Evangelho, vemos Maria, grávida de Jesus, indo ao encontro de Isabel que a saúda como “bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido, o que o Senhor lhe prometeu” (Lc 1,45).

Lembra São Paulo VI que, “na Virgem Maria, tudo é relativo a Cristo e dependente d'Ele: foi em vista d'Ele que Deus Pai, desde toda a eternidade, a escolheu Mãe toda santa e a plenificou com dons do Espírito a ninguém mais concedidos. A genuína piedade cristã, certamente, nunca deixou de pôr em realce essa ligação indissolúvel e a essencial referência da Virgem Maria ao divino Salvador” (Marialis Cultus, 25).

Na visita que faz a Isabel, Maria ensina-nos o valor do serviço e da caridade. À saudação de sua prima, responde com um hino que confirma a predileção de Deus pelos pequenos e pobres a quem socorre e liberta. Ao visitar Juan Diego, Maria mantém a coerência de ir ao encontro dos mais pequeninos e simples para falar do amor e da proteção de Deus. E quando estes são tomados de temor pela missão que lhes é confiada, ela repete o que disse a Juan Diego: “Não se perturbe o teu coração nem te inquiete coisa alguma. Não estou aqui, eu, tua mãe? Não estás sob a minha sombra? Não estás, porventura, sob a minha proteção?” (Nicán Mopohua). São palavras confortadoras que nos enchem de confiança.

Ensina o Papa Francisco: “Hoje, como ontem, Santa Maria de Guadalupe quer encontrar-se conosco, como fez um dia com Juan Diego na pequena colina de Tepeyac . (...) Ela veio para acompanhar o povo americano neste caminho tão duro de pobreza, exploração, colonialismos socioeconómicos e culturais. Ela está no meio das caravanas que caminham para norte em busca de liberdade e bem-estar. Ela está no meio deste povo americano ameaçado na sua identidade por um paganismo selvagem e explorador, ferido pela pregação ativa de um ateísmo prático e pragmático. E ela está lá. «Eu sou a tua Mãe», diz-nos. A Mãe do amor por quem se vive!” (Papa Francisco, 12.12.2022)

Senhora de Guadalupe, olha por tua América Latina e fortalece seus filhos e filhas em sua luta por vida digna com paz e justiça. Sê sua inspiração na vivência da fé e no testemunho da esperança. Amém!

Comentários

  1. Nossa Senhora de Guardalupe, rogai a Deus por seus filhos e filhas, pelo nosso Brasil e fortalece nós por uma vida digna.

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  2. Em dezembro de 1531, quando os indígenas mexicanos estavam sendo evangelizados pelos espanhóis, a Virgem Mãe de Deus apareceu a um piedoso índio de nome Juan Diego, na colina Tepyac. Ela lhe apareceu vestida de rainha, a moda asteca, dizendo a Juan Diego que era a mãe de Jesus. Sua imagem está impressa desde então em um manto, até hoje exposto na Basílica de Guadalupe, na Cidade do México, para veneração e admiração do povo. Agora foi declarada Padroeira da América Latina em 1910 pelo São Papa Pio X.


    Leitura da Carta de São Paulo aos Gálatas.
    A intervenção divina na obra da Redenção obedece ao projeto de criar uma nova humanidade a partir de Maria: "Deus enviou seu filho, nascido de uma mulher".
    Deus por puro amor nos enviou seu Filho e ele nos ensinou a chamá-lo de pai para que nos relacionamos como verdadeiros filhos Dele.
    Na hora certa, o pai enviou-nos seu Filho único, demonstrando-nos seu eterno amor, e nele já não somos escravos, e sim filhos de Deus.


    Isabel a imagem do grito dos pobres escolhidos de Deus; e Maria, sua filha predileta, canta o que Deus fará com aqueles que oprimem seu povo.
    A saudação revela o carinho da igreja: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre".
    " Bendita és tu entre as mulheres bendito é o fruto de teu ventre", exclamou Isabel no encontro com Maria; e seu clamor é dos pobres que foram lembrados pelo Pai.


    Sanhora de Guadalupe olha por toda a América Latina e fortalece os teus filhos e filhas o povo alegre, festivo, mas também sofrido e oprimido, que eles nunca percam a fé e possam testemunhar a esperança. Amém

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