Reconhecer o Messias que traz a libertação

Sábado – Oitava do Natal

30 de Dezembro

 

Leituras:

1Jo 2,12-17

Sl 95(96),7-8a.8b-9.10

Lc 2,36-40

(Acesse aqui)

Por Pe. Geraldo Martins

Todo aquele que faz a experiência de Cristo é chamado a uma vida nova, isto é, a uma vida longe do pecado e do mal. É isso que nos diz São João, em sua carta, ao recordar aos jovens e aos pais seu compromisso de viver na graça, longe do pecado, uma vez que fomos salvos pelo amor de Cristo. Em Cristo e por seu intermédio, todos vencemos o maligno e devemos perseverar no caminho da luz.

Para São João, amar o mundo é optar pelo caminho contrário de Deus – “Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai” (1Jo 2,15). É preciso, no entanto, compreender bem o que significa ‘mundo’ para São João a fim de não cairmos em fundamentalismos que levam a alienações e a comportamentos que nos afastam das pessoas. São João enumera as paixões da natureza, a concupiscência dos olhos e a ostentação da riqueza (cf 1Jo 2,16) como sendo aquilo do mundo que devemos evitar, ou seja, o mal que nos desvia do caminho de Deus. 

Não confundir isso com outras coisas “do mundo” que, ao contrário das citadas pelo apóstolo, revelam a beleza e o amor de Deus. Aliás, o próprio São João vai dizer que "Deus amou tanto o mundo que entregou seu filho único para salvá-lo" (cf Jo 3,16). Quanta gente se priva de coisas tão boas e bonitas do mundo por uma interpretação equivocada deste e de outros textos que condenam o mundo no que ele tem de mal e de contrário à vontade de Deus!

No evangelho, a profetiza Ana é exemplo de que a missão de anunciar o amor de Deus não escolhe idade e está a alcance de todos. Idosa, dedica sua vida servir a Deus “dia e noite, com jejuns e orações” (cf Lc 2,37). A recompensa de quem assim age é a contemplação do Messias e, nele, da salvação que Deus oferece à humanidade.

Ana não apenas reconhece Jesus como salvador, mas se torna autêntica missionária, pondo-se a “louvar a Deus e a falar do menino a todos que esperavam a libertação” (Lc 2,38). Esta é a atitude própria de quem de deixa guiar pelas coisas de Deus e não pelas coisas do mundo: anunciar a libertação que, em Jesus, é oferecida a todos que se encontram aprisionados por uma vida de dor e sofrimento.

Ó Cristo, como a profetiza Ana, reconhecemos que és o Messias que vem para nos libertar das coisas do mundo. Não permitas que nos desviemos do caminho da vida e da libertação que nos trazes com teu nascimento. Amém!