A opção entre dois caminhos

Quinta-feira depois das Cinzas

15 de fevereiro


Leituras:

Dt 30,15-20

Sl 1,1-2.3.4 e 6 (R. Sl 39,5a)

Lc 9,22-25

Por Pe. Geraldo Martins

A todo momento somos chamados a tomar decisões. A vida é feita de decisões que devem ser fruto da liberdade com a qual formos criados. Isso torna cada pessoa responsável pela própria vida e pelas consequências das decisões que toma ou deixa de tomar.

O livro do Deuteronômio apresenta Moisés recordando ao povo que são dois os caminhos sobre os quais se decidir. Um se contrapõe ao outro e tudo dependerá da opção do ser humano. Os caminhos são, de um lado, “a vida e a felicidade”, e, de outro, “a morte e a desgraça” (Dt 30,15).

O primeiro conduz a Deus e é alcançado na fidelidade aos seus mandamentos e preceitos; quando o amamos acima de todas as coisas. Já o segundo é a recusa de Deus e aos seus ensinamentos e à sua proteção. A opção é de cada um. O desejo de Deus é que todos optemos pela vida – “Escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e teus descendentes” (Dt 30,19). Qual tem sido nossa escolha?

Optamos pela vida quando nos decidimos por Jesus. Contudo, é preciso estar consciente de que esta decisão implica segui-lo no caminho da cruz como Ele mesmo revela aos discípulos – “se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me” (Lc 9,23). Não é uma decisão fácil como muitos pensam. Ela exige a radicalidade de colocar em Cristo o sentido do próprio existir e fazer dele a única referência para sua vida. Significa, então, fazer o mesmo caminho de aniquilamento que Ele fez, um rebaixar-se ao nada para ganhar o tudo. Esse é o caminho da cruz. Cruz que Cristo assumiu e da qual fez o instrumento de nossa salvação.

Lembra-nos o Papa Francisco: “Não podemos pensar na vida cristã fora desse caminho, esse caminho que Jesus fez por primeiro: o caminho da humildade, o caminho também da humilhação, de se aniquilar e depois ressuscitar, esse é o caminho. O caminho cristão sem cruz não é cristão. E se a cruz for uma cruz sem Jesus, não é cristã. O estilo cristão toma a cruz com Jesus e segue em frente. Não sem a cruz, não sem Jesus. E esse estilo nos salvará, nos dará alegria e nos tornará fecundos, porque esse caminho de negar a si mesmo é para dar vida, é contra o caminho do egoísmo, de se apegar a todos os bens somente para mim”.

Senhor, no início desta Quaresma, queremos reafirmar nossa opção pela vida que passa pelo seguimento de teu Filho Jesus que fez da cruz o instrumento de nossa salvação. Em tua misericórdia, não permitas que nos desviemos de nossa opção pelo caminho da vida e da bênção. Amém!

Comentários

  1. Precisamos ser apaixonado pelas coisas de Deus. A quaresma mostra-nos o "amor apaixonado" de Deus por nós. Rezando e meditando a palavra do senhor, neste tempo, iremos compreender o imenso amor de Deus por nós. E desse modo compreenderemos o que verdadeiramente significa a páscoa do Senhor. Entremos, nesta quaresma, no deserto do nosso eu, para que também nos encontramos com Deus da vida o Deus que não se cansa de nos amar.


    Leitura do Livro de Deuteronômio.
    A cada um de nós nos ė dada a possibilidade de aceitar o dom de Deus: a vida! Se fizermos outra escolha a culpa não é Dele.

    O caminho da felicidade, da realização e da salvação é o de Cristo. e nessa escolha devemos renunciar ao próprio eu, aos afetos... Somente deste modo encontraremos a vida.

    Senhor, nós ajude a reafirmar nossa opção pela vida que passa pelo seguimento do teu Filho Jesus. Amém

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  2. A vida é feita de decisões que deve ser fruto da liberdade que não é libertinagem.

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