Ensinar e praticar

Terça-feira da 2ª Semana da Quaresma

27 de fevereiro

 

Leituras:

Is 1,10.16-20

Sl 49(50),8-9.16bc-17.21.23 (R. 23b)

Mt 23,1-12

(Acesse aqui)

Por Pe. Geraldo Martins

O apelo à conversão, distintivo por excelência do tempo quaresmal, encontra sua razão de ser na fraqueza humana cuja tendência ao pecado deve ser combatida permanentemente. O profeta Isaías é contundente ao insistir que todos mudem de vida e de comportamento. Tanto o povo quanto seus lideres precisam abandonar o caminho do mal e fazer o bem. Isso significa cuidar dos pobres e oprimidos, personificados nos órfãos e viúvas, garantindo-lhes o direito e a justiça. Essa é a condição para serem perdoados.

Como é atual essa palavra do profeta, sobretudo, quando consideramos a sociedade em que vivemos, marcada por discriminações, preconceitos e indiferença. Não são poucos os que se deixaram contaminar pela aporofobia, ignorando, pior ainda, negando o direito dos pobres. É hora de reafirmar, na prática, nossas vivências da opção preferencial pelos pobres a fim de que deixem de ser débeis, como disseram os bispos em Aparecida (DAp 109)

O ensinamento de Jesus no evangelho também aponta para a necessidade de conversão na medida em que nos faz perceber a incoerência entre nosso falar e nosso agir. Ao reconhecer a autoridade dos doutores da lei e dos fariseus na interpretação da Lei de Moisés, Jesus condena sua falta de coerência entre o que pregam e o que vivem. Quem de nós pode atirar pedra?

Uma das coisas que as pessoas mais cobram, especialmente, de seus líderes é a coerência entre o que dizem e o que fazem. No âmbito religioso, isso é ainda muito mais exigente. E quantos são os que vivem de aparência! Não se trata, evidentemente, de julgar ninguém, mas de observar seu testemunho.

Diz o Papa Francisco: “A autoridade nasce do bom exemplo para ajudar os outros a praticar o que é justo e necessário, apoiando-os nas provações que se encontram no caminho do bem. A autoridade é uma ajuda, mas se for exercida mal, torna-se opressiva, não deixa crescer as pessoas, causa um clima de desconfiança e de hostilidade e leva também à corrupção” (Angelus, 5/11/17).

A humildade e o serviço são sinal de nossa conversão que nos garante a misericórdia e o perdão de Deus, anunciados pelo profeta Isaias. Alcançamos essas virtudes sempre que nos damos conta de que “somos todos irmãos” (Mt 23,8) e que, entre nós, não deve haver disputa de poder, alimentada pelo carreirismo e pelo desejo de ser melhor que o outro.

Senhor, converte nosso coração, perdoa nossas faltas e faz-nos viver a humildade e o serviço, lembrando-nos de que somos todos irmãos e irmãs. Amém!

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