Mais que um profeta

Festa da Cátedra de São Pedro
22 de fevereiro

Leituras:
1Pd 5,1-4
Sl 22(23),1-3a.3b-4.5.6 (R. 1)
Mt 16,13-19

Por Pe. Geraldo Martins

O texto de Mateus, proclamado nesse dia em que celebramos a festa da Cátedra de São Pedro, permite-nos, pelo menos, quatro constatações diante da pergunta “quem dizem ser o Filho do Homem?” (Mt 16,12). A primeira é que uma visão superficial de Jesus nos leva a confundi-lo com um profeta do passado. Esta visão é própria daqueles que veem Jesus como um milagreiro, um curandeiro e a Ele recorrem apenas para se beneficiar de sua caridade. Dificilmente se colocarão como seus discípulos/as, dispostos a segui-Lo na radicalidade que Ele exige.

A segunda constatação é que essa pergunta de Jesus exige uma resposta pessoal. A fé é experiência pessoal, ainda que vivida e testemunhada comunitariamente. Não nos é permitido, portanto, repetir a resposta dos outros – “alguns dizem que és...”. A resposta de Pedro nasce do seguimento e da convivência com Jesus, mesmo que a revelação da verdadeira identidade de Cristo lhe venha do Pai, conforme afirma o próprio Jesus (cf. Mt 16,17). Não podemos ser cristãos/católicos baseados unicamente numa espécie de hereditariedade – porque meu avô e minha avó sempre foram católicos, porque minha mãe era católica... A fé é convicção pessoal a partir da experiência que se faz de Jesus.

A missão nasce da convicção de quem é Jesus. Essa é a terceira constatação. À afirmação de Pedro: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”, Jesus responde com a missão: “Tu és Pedro e sobre esta pedra construirei minha Igreja” (Mt 16,18). Não descobre verdadeiramente sua missão quem não tiver convicção de quem é Jesus para ele.

Chamado ao postoreio do povo de Deus, Pedro, em sua carta, lembra que a missão do pastor é cuidar do povo sem coação, ganância ou dominação, mas com coração generoso, de forma livre e como modelo do rebanho (cf 1Pd 5,2-3). Esta exortação de Pedro é um alerta a todos que são chamados à missão de servir o povo de Deus, especialmente, os ministros ordenados, a fim de que em tudo se assemelhem a pastor supremo, Jesus Cristo. Para tanto, urge responder, cotidianamente, de forma profunda e verdadeira, à pergunta: “e vocês, quem dizem que eu sou”  (Mt 16,15)

A última constatação é de que nossa vida depende da resposta que dermos a essa pergunta de Jesus. Ela tem o poder de mudar toda nossa vida. Só conseguiremos descobrir o rumo de nossa vida no dia em que tivermos clareza de quem é Jesus para nós. Não podemos ficar repetindo a resposta dos outros, tampouco podemos afirmar nossa fé a partir da fé dos outros. Se não estivermos convencidos de quem é Jesus e o que Ele significa para cada um de nós, não nos encontraremos e viveremos de aparência. Lembra o Papa Francisco que à pergunta de Jesus, “cada um deve dar uma resposta que não seja teórica, mas que envolva fé, isto é, vida, porque fé é vida!” (23.08.20).

Senhor, dá-nos a graça de conhecer cada vez mais o teu Filho Jesus a fim de respondermos com nossa vida à sua pergunta: “E vocês, quem dizem que eu sou?”.

Comentários

  1. Leitura da primeira Carta de São Pedro.
    A humanidade, a acolhida e o respeito deve ser a característica do trato de uns com os outros dentro da comunidade.

    A resposta de Pedro é a de todos os discípulos. Que bom seria se fosse sinceramente a de cada um de nós: "Tu és Messias, o Filho do Deus Vivo".


    Senhor, nos faz conhecer cada fez mais o teu Filho Jesus . E te reconhecer como o Messias Filho do Deus Vivo.amem

    ResponderExcluir
  2. Jesus foi , é e sempre será o verdadeiro Pastor do rebanho!

    ResponderExcluir
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  4. Jesus Cristo é vida e vida em ambulância. Amém !!

    ResponderExcluir

Postar um comentário