A salvação é para todos

Segunda-feira da 3ª Semana da Quaresma

4 de março

 

Leituras:

2Rs 5,1-15a

Sl 41(42),2.3;Sl 42(43),3.4

Lc 4,24-30

(Acesse aqui)

Por Pe. Geraldo Martins

Dos textos da liturgia de hoje podemos tirar, pelo menos, duas mensagens: a salvação oferecida por Deus é universal, isto é, inclui também os pagãos e só a alcança quem se deixa conduzir pela fé.

A história de Naamã, general do exército do rei da Síria, que vai o profeta Eliseu para ser curado de sua doença, aponta uma espécie de itinerário que deve ser feito por todo aquele que deseja conhecer o Deus que liberta e salva. “O assunto começa doméstico: é uma sugestão da criada. Desta sobe à patroa, dela ao marido, do marido ao rei da Síria, deste ao rei de Israel, deste ao poder divino mediado pelo profeta. Em contraponto com esse movimento ascensional, descobrimos outro movimento de humilhação: o magnata Naamã tem de descer do rei ao profeta, deste a um servo, depois desce ao Jordão; uma vez curado e convertido, pedirá terra para prostra-se na Síria, confessando o Senhor” (Bíblia do Peregrino).

Uma das lições que ficam, portanto, é essa: quem não for capaz de “descer” não faz a experiência de Deus e, consequentemente, não alcança a cura que busca. O banhar-se sete vezes nas águas do Jordão lembra também o batismo que nos lava de nossos pecados e nos introduz na vida divina. Requer, no entanto, a fé de quem se apresenta em busca de vida nova.

O tema da salvação universal e da fé aparece também no evangelho quando Jesus é pressionado a fazer milagres em sua terra. Ao dizer que nenhum profeta é aceito em sua pátria, cita o que acontecera com Elias e Eliseu que foram acolhidos por estrangeiros.

“Jesus também segue o caminho dos profetas: apresenta-se como não o esperaríamos. Aqueles que procuram milagres não o encontrarão – se procurarmos milagres não encontraremos Jesus – aqueles que procuram novas sensações, experiências íntimas, coisas estranhas; aqueles que procuram uma fé feita de poder e de sinais exteriores não o encontrarão”. Jesus nos pede “que O acolhamos na realidade quotidiana que vivemos; na Igreja de hoje, como ela é; naqueles que estão próximos todos os dias; na vida concreta dos necessitados, nos problemas das nossas famílias, nos pais, nos filhos, nos avós, ali acolhemos Deus” (Papa Francisco, Angelus, 30.1.22).

Senhor, fortalece nossa fé a fim de que, no caminho da salvação, saibamos ver os sinais que teu Filho realiza na simplicidade de nosso cotidiano. Amém!