Agir em comunhão com Cristo

Quarta-feira da 4ª Semana da Quaresma

13 de março

 

Leituras:

Is 49,8-15

Sl 144(145),8-9.13cd-14.17-18 (R. 8a)

Jo 5,17-30

(Acesse aqui)

Por Pe. Geraldo Martins

Após a dolorosa experiência do exílio, é hora de retornar à pátria e de reconstruir Jerusalém. Disso trata o segundo cântico do Servo de Javé (Is 49). Esse retorno é motivo de alegria porque manifesta o cuidado e a proteção de Deus para com seu povo – “atendo teus pedidos com favores e te ajudo na obra da salvação” (Is 49,8). Aos presos e aos que estão na escuridão é anunciada a libertação. Tudo será novo a partir de agora (cf. Is 49,9s).

Diante da dor, do sofrimento, das tribulações e situações adversas, não cabe desespero ou aflição, porque Deus nunca desampara os que nele esperam. Ele é como uma mãe que não se esquece do filho que gerou e, ainda que isso aconteça, Deus não se esquece de nós – “acaso pode uma mulher esquecer-se do filho pequeno, a ponto de não ter pena do fruto de seu ventre? Se ela se esquecer, eu, porém, não me esquecerei de ti” (Is 49,15).

É confortante saber-se amado e cuidado por Deus com toda essa intensidade. Então, por que nos afligirmos diante das situações que fogem ao nosso controle? Deus cuida de nós, isso basta! É o que Jesus nos revela com seu agir. Identificado com o Pai, Ele trabalha sempre (Jo 5,17) e o faz em favor de toda a humanidade, sempre em comunhão com o Pai.

Os judeus ameaçam Jesus de morte porque, “além de violar o sábado, chamava a Deus de seu Pai” (Jo 5,18). “Segundo especulações judaicas, o repouso sabático dizia respeito à obra criadora de Deus, mas não à permanente atividade [de Deus] pela qual incessantemente dá a vida e julga”. Assim “Jesus mostra que se conforma em tudo ao agir de Deus (...). A total unidade de ação entre o Pai e o Filho resulta da total obediência do Filho, que ama o Pai e partilha do seu amor pelos homens pecadores. (...) Esta íntima relação entre o Pai e o Filho pode alargar-se aos seres humanos pela escuta obediente da palavra de Jesus” (dehonianos.org).

Devemos, também nós, conformar nosso agir com o de Cristo, vivendo em íntima e profunda comunhão com Ele a fim de que tudo o que fizermos seja expressão de sua vontade e de seu amor.

Ó Pai, tu que não te esqueces de nenhum de teus filhos e filhas. Ajuda-nos a viver sempre em comunhão com teu amado Filho e faz que nossas ações nos alcancem a ressurreição para a vida no julgamento final. Amém!