Jesus, fonte de vida nova

Terça-feira da 4ª Semana da Quaresma

12 de março

 

Leituras:

Ez 47,1-9.12

Sl 45(46),2-3.5-6.8-9 (R. 8)

Jo 5,1-16

(Acesse aqui)

Por Pe. Geraldo Martins

A água é, antes de tudo, símbolo da vida, sinal de esperança que gera alegria por fazer florescer o novo. Vemos isso nesse trecho do profeta Ezequiel que tem como centro o Templo do qual nasce uma fonte cuja água, num crescendo, torna-se rio caudaloso em cujas margens nasce uma nova criação que nos remete ao paraíso. 

É “água de vida: contínua, crescente, invasora, comunicada. Comunica-se às plantas, produzindo um parque maravilhoso; comunica-se aos animais, fazendo com que o mar Morto pulule de seres vivos; comunica-se aos homens em forma de alimento e remédio” (Bíblia do Peregrino).

É esse o futuro que espera o povo de Deus que faz a dura experiência do exílio. Esta palavra se cumpre de forma plena em Cristo que se declara fonte inesgotável – “Se alguém tem sede, venha a mim e beba; rios de água viva jorrarão do seio daquele que crê em mim” (Jo 7,37s). Jesus é o verdadeiro Templo do qual brota a água que sacia nossa sede e faz renascer a criação. Bebemos nessa fonte?

No evangelho, São João nos apresenta aquele homem que não consegue se lavar na piscina de Betesda para obter a cura. De novo, a água aparece como elemento purificador e que comunica vida nova. Jesus faz uma pergunta objetiva ao doente – “você quer ser curado?” (Jo 5,6). Sua resposta parece evasiva, assemelha-se à desculpa de alguém que não se esforça muito para conseguir o que deseja – “não tenho ninguém que me leve à piscina” (Jo 5,7), ainda que possa ser vítima da indiferença dos outros ou da disputa desigual na busca da cura.

“Eis a doença daquele homem: ‘Sim, quero viver, mas...’, estava ali. A sua resposta não é: ‘Sim, quero ser curado!’. Não, é lamentar-se: ‘São os outros que chegam primeiro, sempre os outros’. A resposta à oferta de cura de Jesus é uma lamentação contra os outros. E assim, 38 anos a lamentar-se dos outros. E sem nada fazer para ser curado” (Papa Francisco, 24.3.2020).

Sua doença parece ter sido consequência de seu pecado, tanto que Jesus o adverte ao encontrá-lo no Templo: “Não volte a pecar para que não lhe aconteça coisa pior” (Jo 5,14). Em que medida essa advertência de Jesus serve também para nós?

Ó Deus, com tua graça e misericórdia, lava-nos de todas as faltas a fim de que, curados de nossos males, sintamos a alegria da vida nova que teu Filho nos trouxe com sua morte e ressurreição. Amém!